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terça-feira, 23 de junho de 2015

Blog Reinaldo Azevedo













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VEJA

/ Blogs e Colunistas



BlogReinaldo Azevedo



Se em meu ofício, ou arte severa,/ Vou labutando, na quietude/ Da noite, enquanto, à luz cantante/ De encapelada lua jazem/ Tantos amantes que entre os braços/ As próprias dores vão estreitando —/ Não é por pão, nem por ambição,/ Nem para em palcos de marfim/ Pavonear-me, trocando encantos,/ Mas pelo simples salário pago/ Pelo secreto coração deles. (Dylan Thomas — Tradução de Mário Faustino)


23/06/2015 às 7:29







23/06/2015 às 6:37


Luiz Inácio Lula da Silva participou nesta segunda da conferência “Novos desafios da democracia”, promovida pelo instituto que leva seu nome e pelas fundações Friedrich Ebert e Perseu Abramo. O convidado de honra da mesa era Felipe González, ex-primeiro-ministro da Espanha, que Nicolás Maduro, ditador da Venezuela e amigão de Lula, considera inimigo da democracia popular. Mas deixemos isso de lado agora.

O chefão petista resolveu ensaiar um discurso de autocrítica em nome do PT que é, na verdade, elogio em boca própria e esforço de se descolar do governo Dilma para tentar se candidatar à Presidência em 2018. Lula está tentando sobreviver. Não estava previsto que falasse, mas o falastrão não resistiu e discursou duas vezes. Em uma delas, voltou a pregar a regulamentação da mídia. O homem não tem cura.

No evento em que chegou a se dizer, por duas vezes, cansado, criticou, sim, o PT. Afirmou, referindo-se ao partido:
“Eu, sinceramente, não sei se o defeito é nosso, se o defeito é do governo… Eu acho que o PT perdeu um pouco a utopia. Eu lembro como é que a gente acreditava no sonho; como é que a gente chorava quando a gente falava (…). Hoje, a gente só pensa em cargo, a gente só pensa em emprego, a gente só pensa em ser eleito, ninguém mais quer trabalhar de graça…”. E afirmou que o partido precisa de uma revolução.

Mas não ficou só aí, não. Cantando as próprias glórias, lembrou que, quando era presidente, realizaram-se 74 conferências com os movimentos sociais — é claro que fazia uma crítica indireta a Dilma Rousseff. Com aquela capacidade de ser grandiloquente sobre o nada, pregou a necessidade de repensar as esquerdas e, pasmem!, o socialismo! Agora já sabemos por que o Brahma era tão íntimo das empreiteiras: estava construindo o socialismo de concreto armado. Deveria haver um limite para o ridículo. Mas não há.

Lula quer tirar o corpo fora. Quando diz não saber se o erro é “nosso” (do PT) ou “do governo”, é evidente que está tentando se descolar da crise e da gestão Dilma, pensando exclusivamente no seu futuro político, apesar de “cansado”.

Nada disso! Tanto a obra como a filha pertencem a Lula. Dilma é aquela que ele escolheu para sucedê-lo, mas os desastres que estão dados não são obra exclusiva da companheira. Eles começaram a ser gestados nos oito anos de mandato do Poderoso Chefão. Foi ele que aproveitou uma janela de fantástico crescimento da China e elevação formidável das commodities brasileiras para erigir um modelo ancorado puramente no consumo, que tinha como substrato a explosão de gastos públicos, uma política de elevação de salários acima da produtividade e de contínua desindustrialização. Foi Lula quem demonizou as privatizações, gerando um formidável atraso na infraestrutura, e que interditou o debate político opondo “nós” (eles) contra “eles” — qualquer um que não aceitasse o catecismo herético do petismo.

O que fez Dilma? Deu continuidade ao modelo. Seu erro adicional foi não mudar de rumo quando as circunstâncias já eram outras, com a China crescendo muito menos, e as commodities despencando. É nesse ponto que ela, tendo como operador o inefável Guido Mantega, opta por bobagens novas para tentar cobrir os rombos produzidos pelas antigas: populismo tarifário, desonerações seletivas, compressão do preço dos combustíveis — contribuindo para levar a Petrobras à lona. E tudo isso, note-se, sem reduzir os gastos. Ao contrário: os gênios decidiram expandi-los, muito especialmente em 2013 e 2014, ano eleitoral.

Lula não sabe se o erro é do PT ou do governo Dilma? Ora, meu senhor! O erro é seu! Tome, que a obra é sua. Tome, que a filha — destinada a ser a Mãe do Brasil, não é isso? A Dilmãe … — também é sua. Lula está tentando deixar a sucessora pendurada na brocha, como, aliás, venho advertindo aqui há tempos. É claro que em circunstâncias normais, ela deveria, por exemplo, ter vetado o fim do fator previdenciário sem apresentar alternativa nenhuma. Mas foi pressionada, inclusive por seu criador. A proposta que está na MP do governo continua a inviabilizar o sistema.

Aberrações
Coitado do Felipe González! Deve ter ficado espantado. Em primeiro lugar, veio para um seminário sobre democracia e teve de se haver com chororô sobre questões de economia interna no PT. Depois, foi obrigado a ouvir Paulo Okamotto a confundir democracia — um “exercício solitário de pensar”, segundo ele — com masturbação. O mesmo Okamotto ainda afirmou que as redes sociais “complicam” o regime democrático. Finalmente, Lula encontrou um tempinho para defender Saddam Hussein, no mesmo seminário em que já havia pregado o controle da mídia.

Lula está errado, é claro! O PT não está velho. Está morto. 
Texto publicado originalmente às 5h34Por Reinaldo Azevedo





23/06/2015 às 6:23



“Não vamos pagar a conta do PT.” Esse é o mote de uma manifestação marcada para o dia 16 de agosto, um domingo, por grupos que se opõem ao partido e ao governo Dilma. Na liderança do novo protesto, estão o Movimento Brasil Livre (MBL), o Vem Pra Rua e o Revoltados Online.

À Folha, disse Rogério Chequer, do Vem Pra Rua: “A conta dos últimos 12 anos das políticas de irresponsabilidade fiscal do PT chegou agora na forma de recessão, juros altos e desemprego, principalmente entre as pessoas de menor poder aquisitivo”.

Ótimo! É bom saber que há pessoas indo para as ruas cobrando responsabilidade fiscal do governo, coisa que as esquerdas consideram, como é mesmo?, “reacionária, conservadora e de direita”.

“Nós, do MBL, vamos continuar pedindo o impeachment, e cada movimento tem as suas questões específicas. O nosso principal ponto em comum é que o ajuste fiscal está sendo pago pela população. Esse governo não foi capaz de cortar nem um ministério sequer”, afirma Kim Kataguiri, do Movimento Brasil Livre.

Todos concordam que responsabilidade fiscal é, sim, necessária, mas Chequer lembra que o ajuste em curso não trouxe redução de gasto público. E não trouxe mesmo. Ao contrário, depois do contingenciamento do Orçamento, os gastos previstos para este ano são superiores aos do ano passado.

Ainda faltam sete semanas para o protesto. Dá tempo de organizar a coisa com calma. No período, os indicadores da economia tendem a piorar. Combustível econômico para reunir milhares de pessoas não vai faltar. Como não faltará o combustível político. A Operação Lava Jato continuará a atazanar a vida de Dilma e do PT. E o prestígio de ambos nunca foi tão baixo.

Segundo pesquisa Datafolha, 65% consideram o governo ruim ou péssimo, e só 10% o veem como bom ou ótimo. O PT, que já chegou a ser o partido preferido de 29% dos brasileiros, amarga hoje inéditos 11%. O desemprego cresce como consequência da recessão, os juros na estratosfera fazem o brasileiro consumir menos e elevam a inadimplência. Nesse quadro, a inflação, ao menos, poderia estar comportada, mas não está.

Durante duas ou três semanas, o governo viveu a ilusão de que a crise daria uma arrefecida. Mas os péssimos indicadores da economia realimentaram o mau humor do brasileiro — que, no caso, mau humor não é, mas apenas senso de realidade.Por Reinaldo Azevedo





23/06/2015 às 4:50


Por Reinaldo Azevedo





23/06/2015 às 4:39


Vamos lá. Todo mundo sabe o que eu pensava sobre a indicação do agora ministro Luiz Edson Fachin para o Supremo. A resistência a seu nome nasceu aqui, como ficou evidente. Dia desses, ele comentou que só a delação, pouco importa se premiada, não basta para condenar alguém.

Alguns ficaram tentados a ver na fala a evidência de que ele chegava ao tribunal já para assar a pizza do petrolão. Na rádio Jovem Pan, lembrei duas coisas: 1) ele não pertence à segunda turma e só em situações excepcionais vai atuar no caso — se a presidente Dilma for engolfada, por exemplo; 2) no particular, está certíssimo.

É evidente que uma delação tem de estar ancorada em provas. Não é porque eu não queria Fachin lá que vou discordar dele quando afirma a coisa certa. Eu atuo por convicção e princípio, não para pegar no pé dos outros ou desqualificar pessoas por quem não tenho apreço intelectual, profissional, técnico, o que seja…

Nesta segunda, Paulo Roberto Costa e Alberto Youssef participaram de uma acareação na Superintendência da Polícia Federal, em Curitiba. A versão de ambos só coincidiu sobre um suposto pagamento de propina da Braskem, controlada pelo grupo Odebrecht, para comprar nafta, de que a Petrobras é a única fornecedora, a preços menores. Nota: a estatal brasileira tem 47% das ações com direito a voto e 36% do capital total da Braskem, que nega a irregularidade.

No mais, houve muitas discordâncias.

O ex-diretor da Petrobras afirmou, por exemplo, que, em 2010, autorizou Youssef a doar dinheiro para as campanhas de Roseana Sarney (PMDB), no Maranhão, e do senador Humberto Costa (PT), em Recife. O doleiro nega. Um dos dois conta uma mentira, certo? Ainda que o motivo seja o esquecimento.

Há outra divergência importante entre eles, que não foi tratada na acareação de ontem. Costa afirma que Antonio Palocci lhe pediu R$ 2 milhões para a campanha de Dilma em 2010 e que Youssef teria sido encarregado de fazer o pagamento. O doleiro nega isso também.

Atenção! Mesmo quando as versões são coincidentes, as provas se fazem necessárias. Ou não acontece não. Até porque dois delatores podem, obviamente, combinar uma versão. Os respectivos advogados de ambos minimizaram a importância das contradições e dizem que elas não são relevantes para a essência do caso. Huuummm… Não?

Se versões coincidentes precisam de provas, mais estas se fazem necessárias quando elas são discrepantes, certo? É evidente que os casos Palloci e Roseana morrerão na praia se Ministério Público e Polícia Federal não tiverem em mãos nada além das falas colhidas em delação premiada. Só o testemunho, escrevam aí, não vai condenar ninguém.Por Reinaldo Azevedo





23/06/2015 às 4:16


É claro que a ruindade do governo Dilma Rousseff acaba interferindo na opinião que têm os brasileiros sobre a reeleição, mas, ainda assim, trata-se, entendo, de um avanço. Pesquisa Datafolha, publicada pela Folha, indica que nada menos de 67% dos entrevistados se dizem contrários à possibilidade de o governante obter um segundo mandato consecutivo, contra apenas 30% que são favoráveis. Em 2005, por exemplo, o resultado era praticamente o inverso: 65% a favor e 33% contra. Em 2007, um ano depois de Lula ser reconduzido ao cargo, houve uma mudança nas marcas, mas ainda favorável ao expediente: 58% a 39%.

Parece que o eleitorado se convenceu, e com razão, de que a reeleição não faz bem ao país e de que o governante de turno, em qualquer esfera, leva enorme vantagem sobre o concorrente. A ideia de que só os bons governos obtêm um segundo mandato é absoluta e escancaradamente falsa, como revela Dilma Rousseff. É bem verdade que ela foi reeleita com a bola na trave, mas foi. E o resultado é esse que vemos.

A reeleição custa caro ao país. Para se reeleger, Dilma quebrou o Fies, o sistema de financiamento em universidades privadas. Entre 2010 e 2013 — quatro anos —, o governo federal desembolsou R$ 14,7 bilhões com o programa. Só em 2014, ano da reeleição, foram R$ 13,75 bilhões. Como é sabido, a governanta reajustou o valor do Bolsa Família quase na boca da urna. É claro que os adversários ficam de mãos atadas. Apontar a falcatrua dá a impressão de que se é contra o reajuste por princípio. As próprias pedaladas fiscais do ano passado fizeram parte do pacote reeleitoral. Se Dilma não tivesse a esperança de mais quatro anos, talvez tivesse reajustado antes combustíveis e tarifas. A possibilidade da reeleição empurra o titular para práticas populistas.

Felizmente, a reforma política em curso porá um fim a essa possibilidade. O texto que extingue a reeleição foi aprovado na Câmara, em primeira votação, por 452 votos a 19, e certamente o será em segunda. No Senado, também não encontrará dificuldades. NOTA: SEMPRE FUI CONTRA. A emenda da reeleição foi aprovada em 1997, durante o primeiro mandato do governo FHC. Eu a critiquei duramente. Não mudo de princípio a depender de quem esteja do outro lado do balcão.

Se a reforma andou bem nesse particular, no caso do voto obrigatório, a Câmara foi na contramão dos anseios da população. Segundo o Datafolha, 66% se opõem ao voto obrigatório, e só 32% o defendem. De 1994 até agora, o Datafolha fez esse levantamento oito vezes. Em apenas uma, em agosto de 2008, o voto obrigatório ganhou do facultativo: 53% a 43%. Nas outras sete, perdeu. Mas a diferença nunca foi tão grande como agora.

O instituto aponta ainda que, hoje, se o voto fosse opcional, apenas 41% compareceriam às urnas; 58% dizem que não iriam votar. E esse é o principal mau argumento que reforça o absurdo em si que é o voto obrigatório. Note-se que, no segundo turno das eleições de 2014, 6% votaram em branco ou nulo, e 21% se abstiveram. Com o voto facultativo, talvez a ausência não fosse muito superior a esses 27%. Uma coisa é responder a uma pesquisa fora de um clima de campanha eleitoral e de acirramento do debate; outra, bem diferente, é tomar a decisão de ir ou não ir num clima de elevada temperatura política.

Outro número é um prato cheio para transformar o voto obrigatório em plataforma também populista. Segundo o instituto, se o voto fosse facultativo, 62% dos que ganham acima de 10 salários mínimos compareceriam às urnas, mas apenas 35% dos que ganham abaixo de dois. Entre os com ensino universitário, 56% participariam do pleito, contra apenas 34% dos que têm o ensino fundamental.

Assim, é grande a tentação de demonstrar que o voto obrigatório protege os pobres. Pois é… Vejam o estado de êxtase dos nossos miseráveis, não é mesmo? Ora, é evidente que obrigar alguém a votar, numa democracia, é uma excrescência. Se o voto fosse facultativo, o político teria um bom trabalho adicional: convencer o eleitor de que vale a pena ir às urnas.

Ah, sim: uma maioria relativamente apertada de 53% se disse favorável a um mandato de cinco anos para todos os cargos; 42% são contrários. O número, como está, não quer dizer grande coisa. O que significam esses 42%, por exemplo? Acham cinco anos muito ou pouco? São favoráveis a cinco para cargos executivos, vereadores e deputados, mas contra para senadores? Não dá para saber.

Juntando-se votação da Câmara e pesquisa, já podemos dizer, com tranquilidade, que, felizmente, a reeleição está enterrada. Para que fique melhor, espero que alguém no Senado acrescente uma mudança: a proibição de reeleição para cargos do Executivo em qualquer tempo. Assim, encerrado um mandato, ex-prefeitos, ex-governadores e ex-presidentes iriam fazer outra coisa, certos de que, àquele cargo, não mais voltariam. Isso oxigenaria e renovaria a política para o bem.

Eu criaria também um limite de mandatos para vereadores, deputados estaduais e federais e senadores: dois no caso dos últimos e quatro nos dos demais. Mas sou realista e sei que isso não passaria de jeito nenhum. Já o mandato único para o Executivo me parece plausível, sim! Coragem, senhores!Por Reinaldo Azevedo





23/06/2015 às 0:30


Por Reinaldo Azevedo

Tags: Lula




22/06/2015 às 20:46


Em instantes, a partir das 21h, assista AO VIVO mais um programa Aqui Entre Nós, onde comento o noticiário da semana.Por Reinaldo Azevedo




22/06/2015 às 20:23


Nesta madrugada, escrevi um texto sobre os números do Datafolha e afirmei: “Não é só por Dilma; é pelo PT”. Sem conhecer os números do Datafolha sobre preferência partidária, divulgados só nesta segunda à tarde, queria dizer o óbvio: há uma rejeição enorme ao governo Dilma; mas o partido também vive um momento dramático. O PSDB, por sua vez, ascende na preferência do eleitorado.

Levantamento feito pelo Datafolha na semana passada indica que PSDB, com 9%, e PT, com 11%, estão tecnicamente empatados entre os partidos preferidos pelo eleitor. Atenção! Nas 137 pesquisas anteriores do gênero, o partido de Lula sempre liderou com folga.

Dados significativos: em fevereiro deste ano, apenas 5% citavam o PSDB; em abril, esse número havia subido para 7%; neste mês de maio, 9%. O PT fez trajetória contrária: respectivamente, 13%, 12% e agora 11%. Atenção! O PSDB nunca atingiu 9% nem nos oito anos em que FHC foi presidente da República.

Enquanto Lula foi governo, o PT nunca caiu abaixo de 15% na preferência do eleitorado, chegando a atingir 26%. O auge foi obtido no próprio governo Dilma, em março de 2013, com 29%. Acabou-se o que era doce. Para eles ao menos.Por Reinaldo Azevedo





22/06/2015 às 19:39


Dilma está passando fome!

Só isso explica um ataque adicional de tolice que teve nesta segunda. Teria circulado nas redes sociais — e confesso que nem fiquei sabendo — que a presidente estaria internada depois de uma tentativa de suicídio. Sei lá quem publicou tal tolice.

Depois de discursar numa cerimônia do Plano Safra da Agricultura Familiar, a presidente se dirigiu aos jornalistas:
“E disseram há pouco que correu um boato de que eu estava internada, vocês acham que eu estava?”
Ao fazer a indagação, consta que ela percorreu a mão pelo corpo, em sentido longitudinal, chamando a atenção para a silhueta.

Ninguém entendeu nada. Só depois é que se ficou sabendo de boataria no Twitter, Facebook e WhatsApp.

Bem, a presidente não tentou se matar, felizmente. A sua popularidade é que caiu no precipício, segundo o Datafolha. Não deve ser um momento fácil. A pressão é grande. Com pouca glicose no sangue em razão da dieta, o pensamento falha.

Com muita glicose, convenham, já não era aquilo tudo…Por Reinaldo Azevedo

Tags: Dilma




22/06/2015 às 17:01


Caros,
deixem que lhes diga algumas coisas. O blog completa nove anos depois de amanhã. O arquivo está todo à disposição. Ao longo desse tempo, perguntem quando foi que mudei de ideia sobre prisão preventiva ou sobre justiça feita ao arrepio da lei, ainda que para pessoas que detesto. Eu escrevo tanto e me alongo nos textos, avançando em minudências, porque me preocupo também com a precisão técnica.

Há muita gente inconformada com o que escrevi sobre a prisão preventiva de Marcelo Odebrecht, presidente do grupo que leva o nome da família. Aos inconformados de boa-fé, que querem diálogo ou saber mais, escrevo este post. Os que partem do princípio de que o jornalista está a serviço de causas estranhas, não resta alternativa outra: desistir do blog. Eu não perco meu tempo com gente em quem não confio. Há blogueiros precisando de apoio. Eu não mudo o que penso nem para ganhar leitores nem para conservá-los. Se muita gente vai ficar decepcionada, lamento, mas saibam: quando escrevo, eu jamais penso se os leitores vão gostar ou não, se vão aplaudir ou não, se vão vaiar ou não.

Em 2007, sabem quem reproduziu um texto meu em seu blog? José Dirceu! Ele mesmo! O arquivo em que vocês encontram essa informação traz também o que penso a respeito desse senhor. Mas Dirceu escreveu lá:
“Uma opinião insuspeita
O colunista Reinaldo Azevedo é categoricamente contra minha anistia. Ideologicamente, ele e eu estamos em campos opostos. Mas ele reconhece que tenho o direito de pleitear a anistia. Vejam o que escreveu no seu blog: ‘Sou contra a anistia a Dirceu. Farei campanha contra ela se ele realmente tentá-la. Prometo encontrá-los em algum comício — se houver. Mas acho o fim da picada dizer que ele não pode pleiteá-la. No estado de direito, pode. Onde é que está escrito que não? A sociedade não aceita, não quer? Pois que se manifeste. E puna depois os promotores da ideia caso prospere. Eu detesto esse hábito muito nosso de decidir tudo na base do clamor público’”.

Esse cara sou eu. Quando a denúncia contra Dirceu foi rejeitada por sua suposta participação na trama que resultou na morte de Celso Daniel, escrevi aqui que a decisão era correta. Não havia, como não há, provas. Há uma diferença entre a minha convicção e as provas. E o Estado de Direito vive destas. Convicções, meus caros, as ditaduras também têm.

Sim, eu estudo direito de forma mais ou menos sistemática, na medida do meu tempo. E converso com muita gente que entende da área, a começar dos meus próprios advogados, né? Eu não entrei no mérito da inocência ou da culpa de Marcelo Odebrecht. Eu escrevi e sustento — e conversem com advogados e outros operadores do direito; conversa franca, sem ideologia ou interesses secundários — que as razões apontadas para a prisão preventiva são de uma fragilidade espantosa. E isso não impede que a PF e o MP tenham uma penca de provas contra a empreiteira. Que sejam apresentadas no tempo certo. Prisão preventiva não é antecipação de pena.

“Ah, está defendendo empreiteiro!!!” Eu estou pouco me lixando para o que dizem. Já foi mais difícil. Quem combateu arbitrariedades do delegado Protógenes e outros, no passado, foi acusado de defender Daniel Dantas. Se alguém estava, não sei. EU SEI QUE EU NÃO ESTAVA. Ganho a vida trabalhando 18 horas por dia, com três empregos. Em breve, terei o quarto. Cada um arque com o peso de suas escolhas. E que a verdade venha à tona. Nem sempre vem, infelizmente, mas a possibilidade sempre existe.

Cartel
No anúncio que publicou nos jornais, a Odebrecht contesta que tenha existido cartel. Também contesto a tese do cartel — desde que a operação começou. E daí? Vou mudar de ideia agora, depois do anúncio? Tenham paciência!

Sustentei e sustento que a tese do cartel interessa ao PT e aos larápios de maneira geral porque faz dos agentes públicos envolvidos na safadeza meras vítimas de empresários cúpidos. Ora, depois de tudo o que se sabe, depois das viagens do Brahma e outras divindades menores, alguém ainda ousa falar num conluio de empreiteiras? Havia compadrio, isto sim.

Digamos que a investigação não chegue a Lula — e, também nesse caso, é preciso haver provas… Mas digamos que não chegue: teremos todos de nos contentar com a versão de que o petrolão se deu em razão da associação de empreiteiros malvados com três diretores ladrões da Petrobras, com o auxílio de um bando de políticos de terceira linha.

Procurem o que significa “cartel”. Na outra ponta, existe uma vítima, que arca com o custo. Nesse caso, teria de ser a Petrobras, que era a contratante única e que fazia o preço. Sim, esse argumento está no comunicado da Odebrecht. Mas esse argumento está neste blog desde abril do ano passado.

Penso o que penso, e não vou mudar para agradar a “a”, “b” ou “c”. À diferença do que inferem alguns, transformar os empreiteiros em bichos-papões é que nos impede de chegar à verdadeira natureza do petismo e do estado brasileiro. É claro que eles cometeram crimes. Há uma penca de evidências. Mas eu quero chegar à natureza do fenômeno. Lamento, mas insistir na existência do cartel é que concorre para a impunidade.

Outros pensam coisas diferentes? Que bom, né? Sinal de que, por enquanto, o PT perdeu essa batalha, e a imprensa continua livre. “Ah, ou você defende a prisão preventiva de Marcelo Odebrecht e a existência do cartel, ou não o leio nunca mais…” Então, é um favor que me faz não me ler nunca mais.

Meu blog existe porque sou livre para pensar. Se serve assim, ótimo! Se não serve, paciência!Por Reinaldo Azevedo





22/06/2015 às 16:14


Não sei se o Brahma estava em seu estado normal ou se alterado por algum fator exógeno. O fato é que convidou Felipe González, ex-primeiro-ministro da Espanha, para debater democracia no instituto que leva o seu nome, e ele mesmo, Lula, defendeu a ditadura, ainda que com outras palavras. O homem rasgou a fantasia quando o tema “imprensa” surgiu à mesa. Tomou a palavra e defendeu a “regulamentação” da mídia, que, segundo ele, é comandada no Brasil por nove famílias e constitui a verdadeira oposição. Mais uma vez, o chefão petista traiu a real intenção do PT nesse caso: é controlar conteúdo, sim. Mais: se a mídia fosse a oposição, então ele estaria querendo controlar a… oposição!

Que coisa, né? Há dias, Felipe González esteve na Venezuela. Também ele tentou falar com os presos políticos, a exemplo do que fizeram os senadores brasileiros. Também ele não conseguiu. Deixou o país hostilizado pelo governo de Nicolás Maduro, que é um queridinho de… Lula. Entenderam? Nesse particular, o político espanhol pensa o que pensa a oposição brasileira, que o chefão petista chama de golpista. Há, portanto, uma diferença entre González e o ex-presidente brasileiro: um pode falar em nome da democracia; o outro não.

Quem abriu o seminário foi Paulo Okamotto, que é, assim, uma espécie de porão de Lula. Tudo o que diz respeito à vida do Babalorixá de Banânia, que é mais escuro e que não deve ser exposto na sala de visitas, está no subsolo, no departamento Okamotto, o homem que viajava com o Brahma a serviço das empreiteiras. Eu não conhecia o lado, digamos, pensador do camarada Okamotto. O país e o mundo estavam privados, até esta segunda, de um filósofo político inigualável.

Ouvindo Okamotto, a gente descobre que a democracia é, assim, uma espécie de masturbação que anseia ser uma suruba. Ele definiu de forma singularmente criativa esse regime político: seria o “exercício solitário de pensar o que é bom para as pessoas”. Ninguém nunca havia atingido essa altitude antes. Nem vai atingir. Calma que há mais.

O parceiro de viagens do Brahma refletiu também sobre as redes sociais. Segundo esse criativo pensador, elas “complicam a democracia”. Huuummm… Quando o PT atuava praticamente sozinho nas ditas-cujas, certamente ele não via complicação nenhuma. O PT, como esquecer, criou até uma coisa chamada “MAV” — Militância de Ambientes Virtuais, cujo objetivo é policiar as redes, trolar quem não é petista, assediar moralmente as pessoas, atacá-las, chamá-las de reacionárias, golpistas etc. No PT, quem cuida do tema é um de seus dirigentes mais poderosos: Alberto Cantalice, vice-presidente. Que gente exótica!

Okamotto só passou a achar que as redes sociais complicam a democracia quando os petistas começaram a perder a guerra virtual — e como perdem! O partido é motivo de chacota. É por isso que o governo veio com aquela cascata de uso responsável das redes. Como sempre, na raiz de todas as iniciativas dessa gente, está o ânimo para censurar.

Sempre que Lula se vê diante de uma personalidade internacional, ele decide refletir com aparente profundidade. Quase repetindo Reinaldo Azevedo, a quem ele atacou no congresso do partido, afirmou que o PT está velho e precisa de uma revolução: “Nós temos que definir se queremos salvar nossa pele, nossos cargos, ou nosso projeto”. Huuummm… Eu diria que os companheiros querem tudo isso. E, de preferência, com uma excelente remuneração. Ah, sim! Repetisse integralmente Reinaldo Azevedo, teria dito: o PT já morreu.

Lula promove um seminário de última hora para ver se consegue, repetindo a sua expressão, sair do volume morto. Vai ser difícil, né? Até porque ele tem a sua natureza. Ao citar uma figura pública internacional que teria sido injustamente vitimada, não teve dúvida e saiu em defesa de Saddam Hussein. Perguntou a González: “Alguma vez ele te causou problema?”. Eis uma pergunta que deveria ser feita, por exemplo, a milhares de curdos e iranianos mortos, vítimas do gás sarin. É nojento! Não impressiona que seja um aliado incondicional de Nicolás Maduro. González deve ter pensando: “Caramba! Olhem aonde vim parar!”.

É impressionante que o Brasil tenha produzido essa monstruosidade política disfarçada de operário bonachão e bom camarada.Por Reinaldo Azevedo





22/06/2015 às 7:11







22/06/2015 às 7:01


Prestem atenção ao trecho de um texto:
“O presidente Luiz Inácio Lula da Silva nunca escondeu sua inclinação por um copo de cerveja, uma dose de uísque ou, melhor ainda, um copinho de cachaça, o potente destilado brasileiro feito de cana-de-açúcar. Mas alguns de seus conterrâneos começam a se perguntar se sua preferência por bebidas fortes não está afetando sua performance no cargo. Nos últimos meses, o governo esquerdista de Da Silva tem sido assaltado por uma crise depois da outra, de escândalos de corrupção ao fracasso de programas sociais cruciais.”

Esse é começo de um texto escrito em maio de 2004 por Larry Rother, então correspondente do jornal americano The New York Times no Brasil. A reação de Lula foi violenta. Tentou, acreditem, expulsar Rother do país, ao arrepio da Constituição, sob o pretexto ridículo de que a pátria havia sido ofendida e de que o jornalista havia se imiscuído em assuntos nacionais. Qual assunto nacional? A, digamos, intimidade entre Lula e o álcool?

Pois é… Reportagem da revista VEJA desta semana informa que a Polícia Federal dispõe de mensagens trocadas entre empreiteiros em que Lula, na condição de presidente ou de ex-presidente, era chamado por um apelido: “Brahma”, numa alusão, certamente, a seus hábitos. A metonímia-metáfora nem chega a ser a melhor. Lula não dispensa uma cerveja, mas é conhecida a sua inclinação por uísque desde o tempo em que presidia o Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo.

Enquanto a companheirada enfrentava a polícia, perdia o emprego e corria alguns perigos, o máximo de risco a que se submetia o chefão era se embebedar na sede da Fiesp, em animadas conversas com os empresários do então “Grupo 14”. Um deles, remanescente daquele turma, já me disse que, por lá, o Babalorixá de Banânia nunca foi visto como líder esquerdista. A avaliação que os empresários tinham é a de que ele queria se dar bem e faria qualquer coisa para chegar ao poder.

Pois é… É claro que Lula ser chamado de “Brahma” pelos empreiteiros — e importaria pouco se fosse bebum, beberrão, bêbado, pau d’água, cachaceiro, ébrio, borracho — tem menos importância do que aquilo que revelam as mensagens que vêm a público. Fica evidente que, na Presidência da República ou não, sóbrio ou não, ele se comportava como um mero lobista.

Em outubro de 2012, Léo Pinheiro, presidente da empreiteira OAS, relata a um executivo seu: “Estive essa semana com o Brahma. Contou-me que quem esteve com ele aqui foi o presidente da Guiné Equatorial, pedindo-lhe apoio sobre o problema do filho. Falou também que estava indo com a Camargo para Moçambique X Hidrelétrica X África do Sul”.

Nota: a Guiné Equatorial, hoje uma importante produtora de petróleo, é uma das ditaduras mais sanguinárias no mundo. Teodoro Obiang Nguema Mbasogo, o amigão de Lula, governa o país desde 1982 — há 33 anos, portanto. É considerado pela “Forbes” o oitavo governante mais rico do mundo, embora o país esteja entre os últimos no IDH (Índice de Desenvolvimento Humano). O tal filho, que vai herdar o trono, é um bandido chamado “Teodorin”. É aquele que financiou o desfile da Beija-Flor neste ano.

Aí é a vez de um executivo da OAS escrever a Léo Pinheiro: “Colocamos o avião à disposição do Lula para sair amanhã ao meio-dia. Seria bom checar com o Paulo Okamotto se é conveniente irmos no mesmo avião”. Como se nota, os empreiteiros tinham a noção da, digamos, “inconveniência”.

O “Brahma” alimentava também os sonhos sebastianistas dos companheiros empreiteiros. Em dezembro de 2012, escreve um executivo da OAS: “O clima não está bom para o governo. O modelo dá sinais de esgotamento, e o estilo da número um tem boa parte da culpa”. Em novembro de 2013, voltava à carga: “A agenda nem de longe produz os efeitos das anteriores do governo Brahma”. Referindo-se a Dilma, na comparação com Lula, analisa o executivo da OAS: “A senhora não leva jeito: discurso fraco, confuso, desarticulado, falta de carisma”. Bem, essa parte é mesmo verdade. Ocorre que o propósito não era bom. Eles queriam a volta de Lula.

Presidentes ou primeiros-ministros podem fazer lobby, digamos, político em favor das empresas do seu país? Podem e até devem. O governo americano pressionou para que o Brasil comprasse os caças da Boeing; o francês, para que fosse da Dassault, e o sueco, da Gripen. Mas nenhuma dessas empresas foi flagrada em relações incestuosas com o partido do governo ou com o chefe do Executivo. Não reformaram o sítio do mandatário, não lhe pagaram milhões para dar palestras, não o transformaram em mascate de seus interesses, não lhe construíram um tríplex — para ficar nas miudezas.

A política brasileira nunca foi algo a ser copiado pelo resto do mundo. Mas parece claro, a esta altura, que Lula e o PT a conduziram a um novo patamar do vexame.

Há uma grande diferença entre promover os interesses nacionais dando suporte claro e legal a empresas nativas no exterior e se comportar como um lobista vulgar. Há uma diferença entre um empresário chamar o chefe do Executivo de “Excelência” e de “Brahma”. E a cerveja, coitada, nem tem nada com isso. Dizem-me os apreciadores que é de ótima qualidade. E, definitivamente, esse não é o caso de Lula. Se cerveja fosse, eu não a recomendaria para consumo humano.

A coisa tá para feia para o seu lado, falastrão!
Texto publicado originalmente às 4h35Por Reinaldo Azevedo

Tags: Lula, Petrolão, PT




22/06/2015 às 6:59


Vamos ver. Há muita conversa na praça. Marcelo Odebrecht teria dito que não cairia sozinho. Emílio, seu pai, teria afirmado: “Se prenderem Marcelo, terão de construir mais três celas: para mim, para Lula e para Dilma”. É inútil tentar chegar à origem dessas falas. Terminam no nada. O mais provável é que sejam mera boataria. A razão é simples. Elas são uma confissão de culpa. Convenham: por que fariam isso?

A Odebrecht publica hoje um comunicado nos jornais — leiam abaixo. Não parece ser coisa de quem pretende, como se diz por aí, incendiar a República. A nota contesta cada uma das justificativas alegadas pelo juiz Sergio Moro para decretar a prisão do presidente do grupo. Num dos casos, Moro já admitiu o erro. O dinheiro que a empreiteira teria transferido a Pedro Barusco fez parte de uma operação de compra de títulos privados feita pelo ex-gerente.

O e-mail em que um diretor admitiria sobrepreço, com cópia para Marcelo Odebrecht, diz o grupo, refere-se a lucro, não a propina, até porque o texto trata de uma negociação entre empresas privadas. A Odebrecht nega ainda que houvesse cartel de empreiteiras porque “o processo de contratação era inteiramente controlado pelo contratante”.

Não sei, não. Conversei com advogados das mais variadas tendências desde sexta-feira — dos que gostam do PT aos que odeiam o partido. Há uma unanimidade: as justificativas para a prisão preventiva de Marcelo Odebrecht são frágeis. Um deles afirma: “Ainda que o e-mail se refira a propina, a esta altura, não caracteriza motivo para preventiva”.

Mas a argumentação que mais choca os advogados é que a prisão se faz necessária porque o governo não tomou as providências para que a Odebrecht deixe de ser contratada para obras públicas. “Se assim é, e digamos que isso fosse uma imposição legal, então é preciso prender o governo, não o empreiteiro”.

Igualmente atrabiliária se considera a afirmação de que a prisão se justifica porque a empresa não teria tomado nenhuma medida até agora para punir pessoas envolvidas com o esquema. “Para prender alguém, é preciso que se o faça de acordo com a lei; em que lei se baseia essa consideração? Eu não sei”, diz um dos advogados.

Um notório crítico do PT, convicto de que a Odebrecht está, sim, envolvida em ilegalidades, afirma: “Pode ter sido um tiro no pé. Acho impossível a Odebrecht não estar envolvida no esquema porque era a maior, e parece que todas estavam. Mas é preciso haver motivo consistente para mandar prender alguém. Só a convicção não serve. Acho que houve precipitação. Se for só isso, o habeas corpus parece certo”.

Ainda vou voltar ao tema, caros leitores. Vamos ver o que decidirão os tribunais. É claro que há um clamor para que os empreiteiros sejam mantidos na cadeia. E não é menos verdade que havia a tal pergunta: “Quando vão pegar a Odebrecht?”.

Volto ao ponto de sempre: que cada um pague por aquilo que fez, chame Marcelo, Pedro, Paulo ou João. Mas convém que as coisas sejam feitas dentro da lei. O próprio Moro admite que uma das razões alegadas para decretar a prisão está furada. Convenham: para mandar alguém para a cadeia, seja pedreiro ou empreiteiro, é preciso ter um pouco mais de cuidado, não? Ou a investigação acaba correndo o risco de se desmoralizar.

Não estou comparando os casos, mas alertando: vejam os descaminhos, por exemplo, da Operação Satiagraha ou da condenação de Edemar Cid Ferreira, ex-controlador do Banco Santos. Não faz sentido atropelar a lei para depois concluir que há impunidade no país. E que fique claro: ESTE TEXTO SE REFERE À PRISÃO PREVENTIVA. NÃO TRATA DA CULPA OU DA INOCÊNCIA DE NINGUÉM. E encerro com uma sugestão: não é difícil conversar com um advogado ou especialista em direito. Façam isso. A opinião com informação se qualifica.

Segue íntegra do comunicado.

Texto publicado originalmente às 6h41Por Reinaldo Azevedo





22/06/2015 às 6:55


Por Eduardo Cucolo, na Folha:
Uma das manobras consiste em atrasar o repasse do Tesouro, para os bancos públicos, do dinheiro necessário para pagar benefícios sociais ou financiar investimentos com juros mais baixos. Para manter os desembolsos, os bancos acabam usando seus próprios recursos. O TCU considera que, dessa forma, eles financiaram seu controlador (o governo), o que é proibido pela lei. O tribunal condenou essa e outras práticas ao analisar as contas de 2014 do governo, e exigiu explicação por escrito de Dilma em 30 dias. Se não se der por satisfeito, recomendará ao Congresso que rejeite as contas da presidente, algo inédito e que, se confirmado pelo Legislativo, poderá embasar uma ação de impeachment.


Dívida crescente
Só no primeiro trimestre de 2015, a dívida do governo com a Caixa e o Banco do Brasil cresceu mais de R$ 2 bilhões com o represamento. Com isso, o governo sangra menos o caixa e melhora os indicadores de desempenho do gasto oficial. A dívida do Tesouro com a Caixa, pagadora de programas sociais, e o Banco do Brasil, financiador do crédito agrícola, já chegou a R$ 19 bilhões no fim de março. O Tesouro devia ainda, no final do ano passado, R$ 26,2 bilhões ao BNDES (banco estatal de fomento) para subsidiar empréstimos a programas de investimento. Nesse caso, o dado de 2015 ainda não foi divulgado, mas técnicos do governo afirmam que o valor também cresceu.

Os números levantados pela Folha atualizam os mesmos dados usados pelo TCU para embasar a condenação das “pedaladas” de 2014. O TCU calculou o valor das dívidas com os três bancos e com o FGTS em cerca de R$ 40 bilhões na época da sua auditoria, com números até junho do ano passado. Essa conta já está próxima de R$ 60 bilhões. O valor supera a economia prometida pelo ministro Joaquim Levy (Fazenda) para reduzir a dívida pública, um superavit de R$ 55 bilhões neste ano. O aumento das dívidas neste ano significa que o dinheiro que o governo reservou para ressarcir os bancos não tem sido suficiente sequer para pagar as novas despesas registradas em 2015. Ao atrasar novamente os pagamentos, a Fazenda consegue melhorar o resultado das contas públicas em momento de queda na receita e dificuldade de cortar gastos.
(…)Por Reinaldo Azevedo





21/06/2015 às 9:44



Luiz Inácio Apedeuta da Silva, aquele que está com medo de ir para o xadrez, resolveu me atacar no congresso do PT. Segundo disse, sou um “blogueiro falastrão” porque escrevi, numa coluna da Folha, no dia 25 de abril do ano passado, que o PT havia começado a morrer. E olhem que eu nem antevia o fim iminente do partido — vai acontecer quando ele não estiver mais entre nós; que demore bastante! Eu o quero em pé para assistir ao enterro de sua quimera. Eu me referia ao fim de um ente com vocação hegemônica. Só isso. Na coluna da sexta passada, dei a coisa por encerrada: o PT está morto. Isso que está por aí, recendendo a cadaverina, é um corpo em decomposição.

Eu sou o falastrão? Quem é que veio a público há dois meses em tom de ameaça: “Olhem que eu volto”? Volte, sim, Lula! O Brasil está ansioso para derrotá-lo nas urnas pela quarta vez (as outras: 1989, 1994 e 1998). Não! Não é só por Dilma! O país está é com o saco cheio do PT e de Lula. Numa coisa o Babalorixá de Banânia tem razão: o partido está abaixo do volume morto. Ou talvez não tenha. “Volume morto” é um nome tonto que se deu à reserva estratégica de água, que o petismo, com a sua renitente capacidade de mentir, tentou transformar em lodo e lama. A água do volume morto, devidamente tratada — a exemplo de qualquer outra —, serve ao consumo humano. O PT já não serve mais. É lodo. É lama.

Segundo o Datafolha, se a eleição fosse hoje, no cenário em que Aécio Neves é candidato do PSDB, Lula teria 25% dos votos, contra 35% do senador mineiro. Marina Silva (PSB ou Rede, sei lá) aparece com 18%. Lula ficaria numericamente à frente, com 26%, no cenário dois, em que o nome do PSDB é Geraldo Alckmin, com 20%. Nesse caso, Marina fica com 25%. Veja ilustração no alto, publicada na edição impressa da Folha. É uma pena que o Datafolha não tenha feito simulação de segundo turno. Tenho a certeza de que o Poderoso Chefão do partido putrefato perderia para Aécio, Alckmin e Marina.

Preconceito? Não! Sinal de salubridade do povo brasileiro. Acabou a mística petista. Lula, o mito, exibe seus pés de barro. E quanto mais esperneia, com suas boçalidades habituais, pior! Não! Não é só por Dilma! É pelo PT! É bem verdade que ela conduz um governo que nega de maneira meticulosa cada promessa de campanha. É bem verdade que, dia após dia, o brasileiro vê a presidente desmentir as promessas da candidata. É bem verdade que a constatação clara, palpável, inequívoca e indubitável do estelionato eleitoral contribui para elevar a sua rejeição a um nível que só não é inédito porque houve Collor, o impichado. Mas não é só por ela. O povo já não aceita um outro petista em seu lugar.

E a rejeição vai aumentar porque a economia vai piorar — desta feita, sem gordura para queimar e sem chance de ficar praticando irresponsabilidades fiscais para compensar uma equação que não fecha. Acabou a quimera luliana.

Impeachment
Se hoje se encaminhasse um processo de impeachment, com o afastamento definitivo da presidente, a nação respiraria aliviada, como respirou quando Collor foi defenestrado da Presidência. E é evidente que motivos existem. As lambanças fiscais apontadas pelo Ministério Público junto ao TCU caracterizam claro crime de responsabilidade. Dilma só não é impichada porque hoje depende da boa vontade de estranhos. Os petistas vaiam Eduardo Cunha (PMDB-RJ), presidente da Câmara? Deveriam é aplaudi-lo.

Avaliação dos outros políticos
O Datafolha quis saber também como a população avalia políticos que acabaram sobressaindo na crise. Só 31% dizem conhecer bem (10%) ou um pouco (21%) Michel Temer (PMDB), vice-presidente. Nesse grupo, a aprovação é de 15%. Afirmam conhecer bem (5%) ou um pouco (17%) Eduardo Cunha 22%, e 17% o aprovam. Renan Calheiros (PMDB), presidente do Senado, é bem conhecido (9%) ou um pouco (18%) por 27%, com 13% de ótimo e bom.

Texto da Folha afirma, a partir desses dados, que suas respectivas aprovações “não são tão melhores que a de Dilma”. Não procede. Ainda que a avaliação tenha sido feita entre os que dizem conhecê-los “bem” ou “um pouco”, todo especialista em pesquisa sabe que tal juízo, quando o grau de conhecimento é muito baixo, não tem valor. De toda sorte, as taxas de ruim/péssimo de Temer, Cunha e Renan são 37%, 28% e 34%, respectivamente. Dilma daria hoje o braço direito para ter esses números. E o esquerdo também. Ela está encalacrada porque é conhecida por 100% dos eleitores, e, desses, 65% consideram seu desempenho ruim ou péssimo.

Ah, sim: 19% sustentam conhecer Joaquim Levy bem (4%) ou um pouco (15%). Nesse grupo, 20% aprovam a sua atuação, e 26% a rejeitam. Até que ele está bem, coitado!, já que virou o bode expiatório e o saco de pancada do ajuste recessivo, que tem de ser feito para corrigir as bobagens acumuladas ao longo de 12 anos.

Encerro
Volte, falastrão! O Brasil quer acertar as contas com você!Por Reinaldo Azevedo





20/06/2015 às 20:36


Também voltarei a este assunto, mas não posso deixar passar. Em encontro com religiosos, relata o Globo, no instituto que leva seu nome, Lula afirmou que o governo Dilma está no volume morto, junto com ele próprio, e que o PT está abaixo do volume morto.

Pois é… No Congresso do PT, Lula me atacou porque escrevi na Folha que o PT, como partido que ambicionava a hegemonia, tinha começado a morrer.

Nesta sexta, voltei ao tema e diagnostiquei: já morreu.

Os petistas me xingaram.

Viu, Lula, não falei? Abaixo da morte, Lula, é ser zumbi.

Trilha sonora: walking dead.Por Reinaldo Azevedo




20/06/2015 às 20:27



Sim, voltarei ao assunto com mais vagar. Dou uma palinha agora. Não vou dizer que os números da pesquisa Datafolha são devastadores para o governo Dilma porque é o contrário: o governo Dilma é que é devastador para o Brasil, e isso se reflete nas pesquisas, não é? Afinal, não é o Datafolha que faz o governo ser ruim, como podem pensar os petistas; é o governo ruim que faz o Datafolha ser o que é.

Consideram o governo ruim ou péssimo nada menos de 65% dos que responderam à pesquisa. Apenas 10% dizem ser ótimo ou bom, e 24%, regular. Dilma está mal em todas as classes. Acham-na ruim ou péssima 62% dos que ganham até dois mínimos; 69% dos que ganham de 2 a 5; 65%, entre 5 e 10, e 66% acima de 10. Não, PT! Não é coisa de rico.

Por região, a coisa não é melhor: o Nordeste é o mais generoso, com “apenas” 58% de ruim ou péssimo, e a coisa evolui assim na rejeição: 63% nas regiões Norte e Sul; 69% no Sudeste e 70% no Centro-Oeste.

Por idade, os jovens têm um pouco mais de paciência com Dilma: “só” 59% consideram seu governo ruim ou péssimo entre 16 e 24 anos. E o índice negativo avança assim: 62% entre os que tem 60 ou mais; 64% entre os de 45 a 59; 68% entre os de 35 a 44, e nada menos de 70% entre os de 25 a 34.

Dilma também uniu as diferentes escolaridades: avaliam o seu governo como ruim ou péssimo 64% dos que têm ensino fundamental; 66% dos com ensino médio, e 65% com ensino superior.

Temos aí muitos elementos para reflexão. E nós a faremos. Mas, de saída, noto: desde Fernando Collor ninguém unia o Brasil como o governo do PT: UNIÃO CONTRA!

Por Reinaldo Azevedo





20/06/2015 às 7:49


Escrevi ontem um post cujo título é este: “Primeira pergunta já tem resposta: ‘Quando vão pegar a Odebrecht?’. A segunda segue sem resposta: ‘Quando vão pegar Lula?’”. Leio agora na Folha que Lula diz a aliados que é ele o próximo alvo da Lava-Jato. O alarme soou no Palácio do Planalto. Se “pegarem” Lula, é claro que o governo Dilma vai junto. O ex-presidente está recorrendo a uma tática: ao anunciar que pretendem atingi-lo, denuncia uma suposta perseguição, buscando, então se proteger. Será que vai ser bem-sucedido? Vamos ver.

A Operação Lava-Jato segue, afinal, com o seu mistério, não é? Os políticos mais graduados que estão sob investigação são o deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e o senador Renan Calheiros (PMDB-AL), hoje, respectivamente, presidentes da Câmara e do Senado. À época em que teriam cometido as irregularidades de que são acusados, nem exerciam essa função.

Se a Lava-Jato fosse um romance policial, seria de péssima qualidade porque o roteiro é inverossímil a mais não poder. Que se cometeram crimes em penca, não há a menor dúvida. Um simples gerente de Serviços se dispôs a devolver US$ 97 milhões. Naquele ambiente de esbórnia, dá para imaginar o que não terão feito os que tinham o mesmo caráter que ele, mas com mais poder.

Quando se olha a lista das pessoas sob investigação, os leitores desse romance seriam convidados a acreditar que um esquema multibilionário de fraudes foi urdido por uns dois ou três políticos à época de médio porte, um monte de parlamentares de terceira linha — a maioria ligada ao PP, um partido que é periferia do poder, um grupo enorme de empreiteiros malvados mais alguns diretores larápios. E pronto! Desde que a operação começou, em março do ano passado, pergunto: CADÊ O PODER EXECUTIVO? Não existe. É impressionante, mas nem José Sérgio Gabrielli, presidente da Petrobras no período daquela soma de desatinos, é investigado. E olhem que poucos presidentes da estatal foram tão autocráticos como este senhor.

É evidente que essa história não fecha! Então as empreiteiras teriam se unido num cartel para assaltar a Petrobras. Para que prosperassem no seu intento, tinham de contar com a colaboração de diretores safados. Eis que os safados estão lá, do outro lado do guichê, devidamente nomeados pelo… Poder Executivo, certo? Tudo coincidência, né? As empreiteiras cartelizadas teriam tido a sorte de os políticos terem nomeado justamente os larápios de que precisavam. Tenham paciência! Aí se descobre que boa parte dos desvios era carreada para partidos políticos. Mas nada de o Executivo entrar na história.

De volta a Lula
É claro que essa narrativa não para em pé, Santo Deus! E é justamente essa inverossimilhança que deixa Lula em pânico. Ele sabe que ninguém com um mínimo de miolos aposta que tudo não passou de um conluio entre empreiteiros, servidores corruptos e políticos sem importância. Algo da magnitude do petrolão não se faz sem a colaboração de alguém — ou “alguéns” — com efetivo poder no governo e na Petrobras.Por Reinaldo Azevedo








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“Na primeira noite eles se aproximam
e roubam uma flor
do nosso jardim.
E não dizemos nada.
Na segunda noite, já não se escondem:
pisam as flores,
matam nosso cão,
e não dizemos nada.
Até que um dia,
o mais frágil deles
entra sozinho em nossa casa,
rouba-nos a luz, e,
conhecendo nosso medo,
arranca-nos a voz da garganta.
E já não podemos dizer nada.”

"A Revolução Francesa começou com a declaração dos direitos do homem, e só terminará com a declaração dos direitos de Deus." (de Bonald).

Polonia by Augusto César Ribeiro Vieira


(95) Vídeos de Isso é Brasil

Fico imaginando como deve ser louvor dos anjos!! Assista e veja o porque!

Posted by Ronaldo Nunes de Lima on Segunda, 24 de junho de 2013

Este vídeo é a minha singela homenagem ao policial Civil do Distrito Federal, Carlos Eugênio Silva, conhecido como Dentinho, morto em um acidente nos EUA.Aproveito para agradecer o Governo e a Polícia Americana pelo exemplo de tratamento e honrarias dispensados a um policial morto. Espero muito que o Governo Brasileiro se espelhe neles e trate esse nosso guerreiro com o devido respeito e admiração em solo Brasileiro.Temos que aprender a reverenciar principalmente o velório de quem põe a vida em risco por nós e por nossos familiares, não apenas as celebridades da TV.

Posted by Marcos Do Val on Quinta, 9 de julho de 2015