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segunda-feira, 29 de junho de 2015

Alerta Total




Alerta Total


Enquanto se esfacela, Lula conspira para derrubar Mercadante e Cardozo do desgoverno Dilmandioca 
A Anta e Pedro 
As pedaladas ou pauladas atuais 
Confusão proposital 
Novo Desalento 
Um Clube Revolucionário 
Continente Sombrio 



Posted: 29 Jun 2015 03:49 AM PDT








Edição do Alerta Total – www.alertatotal.net


Por Jorge Serrão - serrao@alertatotal.net






Um boato fortíssimo entre lobistas revela que, na noite de quinta-feira passada, Luiz Inácio Lula da Silva teve um violento ataque de nervos que o obrigou a ser atendido por médicos. A fim de não dar na pinta, o socorro chegou camuflado em um furgão (e não em uma ambulância convencional), no apartamento de São Bernardo do Campo. Verdade ou lenda, o certo é que Lula nunca esteve tão em baixa e preocupado com sua própria sobrevivência política. O mito se esfacela. Salvação real? Só em caso de morte súbita...






Já recuperado do faniquito e pronto para outro, o tenso Lula viaja correndo nesta segunda-feira para Brasília, onde terá uma reunião de emergência com senadores e deputados do Partido dos Trabalhadores. No encontro, $talinácio vetou a presença de ministros do governo Dilma Rousseff. A Presidenta, que está nos EUA para o beija-mão ao Barack Obama, segue completamente encurralada pelo encurtamento do tempo político por aqui. Seu desgaste perante a opinião pública parece irreversível. Já é consenso que, se não houver um milagre, seu governo não chega ao final do ano - isto na hipótese mais otimista.






A crise interna é violentíssima. Tanto a política quanto a econômica. A moral nem se fala... Dilma Rousseff só não está mais perdida do que Lula - que parece um cara cego e sozinho no meio de um alambique inesgotável... Por isso, invocando o espírito de $talinácio, o chefão da seita petista quer cobrar fidelidade e apoio incondicional em sua defesa, diante do risco de envolvimento de seu nome nos desdobramentos da Lava Jato. Como a Força Tarefa já anunciou oficialmente que só investigou apenas 25% das broncas, e nem mexeu inteiramente no ninho de cobras com foro privilegiado (missão para o Procurador Geral da República com o Supremo Tribunal Federal), Lula já tem certeza de que sobrará para si muito problema escondido nos 75% a serem investigados. 






Dando uma de "opositor da Dilma" (com quem finge estar rompido), Lula exige as cabeças de dois aliados que considera "traidores": o ministro chefe da Casa Civil, Aloísio Mercadante, e o Ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo. A bronca de Lula com Mercadante (agora diretamente enrolado na bombástica delação premiada do chefão do cartel de empreiteiros, Ricardo Pessoa) é que ele resolveu agir com "luz própria" e não se comportou como seu pau mandado do ex-Presidente no seio do governo (ao contrário dos antecessores (José Dirceu, Antonio Palocci e Gleisi Hoffmann). Já a imperdoável raiva do Cardozo é por ele, além de não conseguir controlar a Polícia Federal, também não ter sabido defender os empreiteiras dos ataques da "turma do juiz Sérgio Moro".






O Alerta Total repete por 13 x 13: A hora da decisão nunca esteve tão próxima. O impasse institucional se agrava como nunca antes na história deste País. Os três poderes, altamente desgastados, batem cabeça. A maioria da sociedade, alarmada com a violência e afetada pela crise (que combina carestia, inflação e desemprego), aumenta a tensão e dá sinais de que pode perder a paciência a qualquer momento. A tendência é de conflito. A barbárie e o caos estão apenas começando. O desfecho no day after é imprevisível.






Dilmandioca 





Releia o artigo de domingo: O Samba do Brasil Doidão






Ingratidão











Listinha do Pessoa






Os nomes de 18 políticos supostamente citados pelo dono da construtora UTC, Ricardo Pessoa, como beneficiados com dinheiro da corrupção foram revelados pela revista Veja neste fim de semana:





  • – Campanha de Dilma Rousseff em 2014: R$ 7,5 milhões.
  • – Campanha de Luiz Inácio Lula da Silva em 2006: R$ 2,5 milhões.
  • – Ministro Edinho Silva (PT), ex-tesoureiro da campanha de Dilma: valor não informado.
  • – Ministro Aloizio Mercadante (PT): R$ 250 mil.
  • – Senador Fernando Collor (PTB-AL): R$ 20 milhões.
  • – Senador Edison Lobão (PMDB-MA): R$ 1 milhão.
  • – Senador Gim Argello (PTB-DF): R$ 5 milhões.
  • – Senador Ciro Nogueira (PP-PI): R$ 2 milhões.
  • – Senador Aloysio Nunes (PSDB-SP): R$ 200 mil.
  • – Senador Benedito de Lira (PP-AL): R$ 400 mil.
  • – Deputado José de Fillipi (PT-SP): R$ 750 mil.
  • – Deputado Arthur Lira (PP-AL): R$ 1 milhão.
  • – Deputado Júlio Delgado (PSB-PE): R$ 150 mil.
  • – Deputado Eduardo da Fonte (PP-PE): R$ 300 mil.
  • – Prefeito de São Paulo Fernando Haddad (PT-SP): R$ 2,6 milhões.
  • – Ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto: R$ 15 milhões.
  • – Ex-ministro José Dirceu: R$ 3,2 milhões.
  • – Ex-presidente da Transpetro Sergio Machado: R$ 1 milhão.





Inocentes reagindo











Na Zona de exclusão











Na Zona de rebaixamento






A Seleção Brasileira, o Flamengo e a Dilma só nos dão alegria...






Aliás, é difícil saber qual consegue ser mais pior...






O Vasco, no mesmo nível deles, pelo menos ganhou ontem...






Mas o sofrível jogo teve lateral batido para fora, inúmeros erros de passe e falhas táticas imperdoáveis.






Consultoria é tudo 











Colabore com o Alerta Total






Neste momento em que estruturamos mudanças para melhor no Alerta Total, que coincide com uma brutal crise econômica, reforçamos os pedidos de ajuda financeira para a sobrevivência e avanço do projeto.






Os leitores, amigos e admiradores que quiserem colaborar financeiramente conosco poderão fazê-lo de várias formas, com qualquer quantia, e com uma periodicidade compatível com suas possibilidades.

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I) Depósito em Conta Corrente no Banco do Brasil. Agência 4209-9, C/C: 9042-5, em favor de Jorge Serrão.

OBS) Valores até R$ 9.999,00 não precisam identificar quem faz o depósito; R$ 10 mil ou mais, sim.

II) Depósito no sistema PagSeguro, da UOL, utilizando-se diferentes formas (débito automático ou cartão de crédito).

III) Depósito no sistema PayPal, para doações feitas no Brasil ou no exterior.






Vida que segue... Ave atque Vale! Fiquem com Deus. Nekan Adonai!





O Alerta Total tem a missão de praticar um Jornalismo Independente, analítico e provocador de novos valores humanos, pela análise política e estratégica, com conhecimento criativo, informação fidedigna e verdade objetiva. Jorge Serrão é Jornalista, Radialista, Publicitário e Professor. Editor-chefe do blog Alerta Total: www.alertatotal.net. Especialista em Política, Economia, Administração Pública e Assuntos Estratégicos. 

A transcrição ou copia dos textos publicados neste blog é livre. Em nome da ética democrática, solicitamos que a origem e a data original da publicação sejam identificadas. Nada custa um aviso sobre a livre publicação, para nosso simples conhecimento.

© Jorge Serrão. Edição do Blog Alerta Total de 29 de Junho de 2015.



Posted: 29 Jun 2015 03:31 AM PDT








Artigo no Alerta Total – www.alertatotal.net


Por Carlos Maurício Mantiqueira

Pescador na Galiléia, conheceu um dia o Cristo. Ouviu seus ensinamentos, viu seus milagres e seu martírio; acreditou em sua divindade.






Talvez por ter sido o mais humilde, o mais prudente e o de físico mais forte, foi escolhido para sucedê-lo após sua morte.






Em suas profecias, São Malaquias diz que o último Papa será Pedro Romano; levará em seu nome as heranças de humildade e de arrogância.






Se a Anta, num momento de graça, vier a ler um único livro, o faça: "História Eclesiástica" de Dom Bosco; entenderá sua profecia sobre o Império da Cruz.






O Brasil recém liberto, teve dois Pedros. O seu Defensor Pertpétuo e o "Neto de Marco Aurélio" que levaram em seus brasões a Cruz e a Esfera. Seus pósteros lhes acrescentaram os lírios de São Luiz.






Nós, filhos da província de Paulo, tomaremos sua espada e em uníssono diremos:






"Pro Brasilia fiant eximia".






Fidelíssimo a sua Majestade, houve um paulista que não quis ser rei.






Seu nome: Amador, a melhor rima para Salvador.









Carlos Maurício Mantiqueira é um livre pensador.




Posted: 29 Jun 2015 03:30 AM PDT








Artigo no Alerta Total – www.alertatotal.net


Por Luiz Sérgio Silveira Costa






A entrevista de Dilma a Jô reafirmou três coisas: a completa alienação da realidade, o despreparo intelectual da presidente, e a vergonhosa submissão e domesticação do Jô, que, reconheçamos, é uma pessoa inteligente e culta, e deve ter se sentido envergonhado com as idiotices de Dilma, mas fez cara de que estava inebriado. Quanta hipocrisia!!!






Dilma, ao falar da bíblia, disse que (sic) ela trabalha com metáforas...., que a metáfora é uma imagem,... nada mais do que transformar imagem (sic). A metáfora não é isso, é uma figura de linguagem, que não muda imagem nenhuma, pelo contrário, mantém a imagem, só que a descreve com outros termos, palavras e expressões menos comuns, geralmente com inteligência e poesia, mantendo, porém, semelhança com a descrição anterior. Quando se diz que Está chovendo, a metáfora diz que O céu está chorando. Quando se diz que Maria canta bem, a metáfora diz que Maria é um rouxinol! 






Quando se diz Cansei de tentar resolver esses problemas!, a metáfora diz Cansei de dar murros em ponta de faca! Ou seja, mantém a analogia, não transforma a imagem nenhuma!!!






Dilma quer porque quer ser chamada de presidenta, quando a gramática estabelece que as palavras terminadas em nte são comuns de dois gêneros, ou seja, servem aos dois sexos, só alterando o artigo, como o(a) amante, o(a) cliente, o(a) pedinte, o(a) contribuinte, o(a) descontente, o(a) valente, o(a) carente.... A única exceção é parente, que tem feminino, parenta. Promulgou lei (que trata de diplomas e não de cargos) e conseguiu que alguns dicionários e o Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa (VOLP) da ABL, admitissem outra exceção, presidenta, que é rejeitada pela imprensa e pelo povo, só sendo obedecida no Executivo, por imposição da arrogância e vontade presidencial. Será porque ela é uma mulher sapiens?






A recente entrevista, e muitos escorregões e besteiras anteriores, acabou permitindo outra metáfora: em vez de se dizer que Dilma só fala estultices, diz-se que Dilma é uma presidAnta....






Com a profusão de meios e programas de comunicação, é difícil, atualmente, deixarmos de saber o que está ocorrendo no País e no mundo. Parece, pois, incrível, mas eu nunca havia visto ou ouvido falar nesse cantor e compositor Cristiano Araújo, morto recentemente em acidente de carro. Talvez porque música sertaneja me seja absolutamente dispensável. 






Mas, a comoção com a sua morte e cobertura na televisão nos remete a esse fenômeno da histeria popular com celebridades, que só mesmo os que trabalham com o comportamento e relacionamento humano podem explicar. Por que essa idolatria a artistas, esportistas e figuras públicas em geral, muitas tatuadas em quase todo o corpo, com brincos e cabelos, quando não desgrenhados, cortados ridiculamente, só para ostentar ou chamar a atenção, de vestimentas apertadas, andrajosas e desbotadas, nada combinando com nada, sempre o mesmo estereótipo, geralmente importado do que há de pior e mais chulo no mundo ... Sem falar em episódicos envolvimento com drogas ou comportamentos indevidos, como podem certas figuras servir de espelho e modelo para a nossa juventude? Quem sabe isso é que explique a atual desorientação e desrespeito aos costumes?






Voltando ao tragicamente falecido Cristiano, noticia de ontem, disse que, dois funcionários da clinica de tanatopraxia (é metáfora?), que prepara corpos para o funeral, para onde foram encaminhados o cantor e namorada, gravaram vídeos dos corpos e publicaram nas redes sociais. Segundo a notícia, a clínica os despediu por justa causa, a Polícia abriu inquérito e a família vai processá-los...






Como? Não foi recentemente decidido pelo STF que a liberdade de expressão é mais importante do que a privacidade das pessoas????? 






*******


Nosso maravilhoso papa Francisco, é uma pessoa atuante com respeito, especialmente, às misérias do mundo. Ao assinar, ontem, no Vaticano, acordo entre a Santa Sé e o Estado da Palestina, negociado por 15 anos, que estabelece os direitos da Igreja Católica nos territórios palestinos, reconhece, de fato, a existência do Estado da Palestina, já considerado como Estado observador da ONU desde novembro de 2012. Segundo a OLP, o Vaticano é o 136º país que reconhece o Estado da Palestina.






Enquanto isso, as reações oficiais de Israel, sempre agressivas e fundamentalistas, especialmente do primeiro-ministro de nome complicado, foram sintetizadas no repetido chavão de que (sic) vai dificultar a paz (sic)! É muita desfaçatez! O mundo quer a paz na região, e um gesto do Papa e da Igreja Católica vão dificultar a paz???? 






Este mundo está se afogando em hipocrisia. Já não bastam os políticos, os advogados, a Odebrecht e suas argumentações pagas em jornal, os petistas, a Dilma, o Lula, o Maluf, Jô,....,!!!! E o diretor da Petrobras, pego com uma fortuna em quadros de pintores apreciados, escondidos em compartimento secreto em seu apartamento, dizendo Que país é esse?????? 






E a advogada afirmar que o sentido da palavra "destruir", usada no bilhete enviado por Marcelo Odebrecht a seus advogados, na expressão "destruir e-mail sondas", não era de destruição de provas, mas de rebater a prova, e que, para ela, a PF "tenta tumultuar o processo para justificar a prisão ilegal" de seu cliente?????


Ora, para esses hipócritas, dá até vontade de repetir o que o Boechat disse ao Pastor Malafaia....











*********


Lembram-se, em agosto de 2014, quando o banco Santander demitiu quatro funcionários após a divulgação de uma análise prevendo cenário ruim para investimentos, caso a presidente Dilma fosse reeleita? Na ocasião, petistas, reagiram irados. Rui Falcão, presidente do PT disse que se tratava de uma situação inadmissível e terrorismo eleitoral. Lula, em discurso a sindicalistas, afirmou que o analista que escreveu o textonão entende p... (sic) nenhuma sobre o Brasil'. Dilma, furibunda (o termo é bom e diz tudo...), disse que o pedido de desculpas não era suficiente, e que queria falar com o presidente do banco.






Além de cercear o Santander, o partido também protocolou uma representação impedindo que a consultoria de investimentos publicasse as suas análises, que previssem as dificuldades da economia, caso a presidente Dilma fosse eleita. Coincidentemente, dois dias após o episódio, a prefeitura de Osasco cancelou um contrato de 2 bilhões de reais com o banco espanhol.






Quando a análise do banco foi divulgada na imprensa, o presidente do Conselho do banco, um lambe-botas, ou com rabo de fora em outros assuntos governamentais, em vez de defender seus funcionários, arriou as calças (olha a metáfora aí!!!) enviando comunicado afirmando que o texto não transmitia a opinião do banco, que não era papel da instituição induzir clientes ao voto, e que o banco havia tomado providências em relação aos responsáveis, o que redundou na demissão de quatro funcionários, um dos quais saiu dizendo, com absoluta correção, que(sic)era pago para dizer o que pensava (sic).






Naquela ocasião, a desmedida reação petista, usando outra metáfora, saiu pela culatra, pois dobrou o número de clientes da consultoria....Hoje, com esses alarmantes índices fiscais, financeiros e sociais do governo, nunca antes na história deste país, constata-se que os quatro funcionários estavam – outra metáfora - cobertos de razões.






Não sei que fim levaram, mas devem estar muito bem empregados e remunerados. Lamentavelmente, embora acuados, enxovalhados e no volume morto (olha a metáfora, de novo!!!), o mesmo se pode dizer de Falcão, Lula e Dilma, Jô.....






É hora de, quem pode, aplicar uns caraminguás na atual consultoria daqueles funcionários.






Só não apostem no PT....









Luiz Sérgio Silveira Costa é Almirante, reformado.




Posted: 29 Jun 2015 03:29 AM PDT








Artigo no Alerta Total – www.alertatotal.net


Por Merval Pereira






É patética a tentativa do PT e de seus aliados na rede midiática financiada pelo governo de confundir alhos com bugalhos, colocando na mesma cesta os políticos financiados pelo dinheiro corrupto desviado da Petrobras e outros, também financiados pela empreiteira UTC de Ricardo Pessoa.




Como as doações foram feitas para políticos de vários partidos, querem fingir que todos deveriam ser criminalizados ou absolvidos, o que é uma besteira. Os políticos de qualquer partido que tiverem recebido dinheiro do caixa 2 para suas campanhas eleitorais merecem punições da legislação eleitoral.




Pode ser o caso do senador do PSDB Aloysio Nunes Ferreira, que nega ter recebido R$ 200 mil em dinheiro, mas declarou R$ 300 mil de doações da Constran, uma subsidiária da UTC. Como Aloysio na ocasião das doações tinha nas pesquisas 2% de intenções de votos e estava em sétimo lugar nas pesquisas para Senador em São Paulo, candidato por um partido de oposição, as doações certamente só poderiam ser feitas por amizade, e não por interesse em sua atuação. Em nota, ele atribuiu as doações à amizade com um executivo da Constran.




Outro caso é o do deputado Júlio Delgado, do PSB, que teria recebido R$ 150 mil da UTC para ajudar a melar a CPI da Petrobras. Além de se sentir um otário, pois, segundo delação premiada do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa o ex-presidente do PSDB já falecido, Sérgio Guerra, teria recebido R$ 10 milhões para o mesmo fim, Delgado, se ficar provado que agiu de má-fé nesse sentido, merece punição grave da Câmara, até mesmo ser cassado por falta de decoro.




O fato de os dois pertencerem a partidos de oposição que aparecem na lista não anula as acusações contra os petistas e os aliados do governo. O que é preciso buscar é a razão por que candidatos receberam dinheiro da empreiteira, legal ou ilegalmente. O caminho mais simples é identificar quais políticos teriam condições de ajudar a UTC a ter vantagens no governo petista ou, mais especificamente, na Petrobras.




Certamente políticos de oposição não podem entrar nesta lista, o que faz com que a seleção natural dos culpados por desvios de dinheiro dos contratos da Petrobras e suas subsidiárias leve aos candidatos do PT e dos aliados do governo.




Por isso, não tem a menor importância que a UTC tenha dado milhões de reais para a campanha de Aécio Neves a presidente. É claro que o interesse nesse caso era o de garantir simpatia, caso a oposição vencesse as eleições. Aliás, essa distribuição de dinheiro sem critérios programáticos é uma das correções que devem ser feitas na regulamentação do financiamento privado das campanhas eleitorais. Não é possível permitir que a mesma empresa doe para diversos partidos e candidatos na mesma eleição.




A mesma lógica torta aparece para tentar desqualificar o processo do Tribunal de Contas da União (TCU) contra a presidente Dilma. Na delação premiada de Ricardo Pessoa, ele revelou que deu uma mesada de R$ 50 mil ao filho do presidente daquele órgão Aroldo Cedraz para receber informações privilegiadas sobre os processos que interessassem à empreiteira.




Ora, mesmo que se prove verdadeira a acusação, ela não invalida o trabalho dos técnicos do TCU sobre as contas do governo Dilma, nem tem o condão de desfazer as "pedaladas" fiscais e os crimes contra o Orçamento realmente praticados.




Esse raciocínio de má-fé leva a que, no extremo, chegue-se à inviabilização de um eventual processo de impeachment da presidente Dilma por que há políticos notoriamente corruptos no Congresso. Talvez seja mesmo esse o objetivo. Uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa. Todos os corruptos, seja de que partido forem, merecem punições de acordo com o que praticaram.




Na corrupção da Petrobras, não há como retirar do PT a culpa original, e dos partidos aliados do governo uma co-autoria com direito a altas somas. Basta lembrar que Ricardo Pessoa declarou em sua delação premiada que o grupo do senador Fernando Collor recebeu nada menos que R$ 20 milhões de comissão por uma obra na BR Distribuidora.









Merval Pereira é Jornalista e membro das Academias de Letras e de Filosofia.




Posted: 29 Jun 2015 03:27 AM PDT








Artigo no Alerta Total – www.alertatotal.net


Por Folha de S. Paulo






Depois de breve alívio em abril, a apreensão sobre o futuro da economia voltou a aumentar, e o pessimismo não se deve apenas a uma degradação dos indicadores econômicos acima do que se esperava.






Contribuem para o desalento a incapacidade do governo Dilma Rousseff (PT) de apresentar um plano maior e mais duradouro de rearranjo da economia, o renovado isolamento político da presidente e o descompromisso do Congresso com a razão e a responsabilidade.






O total de salários pagos nas maiores metrópoles do país foi, em maio deste ano, 5,7% menor que no mesmo mês de 2014.






Em abril, estimava-se inflação pouco superior a 8% em 2015, cifra que já havia sido em muito revista para cima, dado o choque de preços que o governo tabelou até 2014. Agora, mesmo a projeção do Banco Central alcança os 9%, taxa inédita faz 12 anos.






O BC reiterou ademais sua intenção de conduzir a inflação à meta de 4,5%, tão desprezada nos últimos cinco anos. Trata-se da promessa de elevar ainda mais os juros, por mais tempo.






Quase tão certo quanto o aperto monetário extra é o fracasso parcial do plano de redução do desequilíbrio das contas do governo, o tão falado ajuste fiscal.






Há pouco mais de um mês, os ministros da área econômica apresentaram uma versão menos fantasiosa do Orçamento de 2015, na qual se contava, entretanto, com uma alta irrealista de mais de 5% na arrecadação federal. 






O mês de maio deu cabo da ilusão. A receita continua a cair, mais de 3%, em relação a 2014. Não será possível alcançar a meta de economia de gastos.






Sabia-se desde o início do ano que o ajuste possível seria modesto, dadas as dificuldades práticas e políticas. Mesmo esse plano, contudo, terá de ser reduzido.






Mais importante, não se vislumbra a apresentação de medidas para cumprir o pacto implícito de que a situação estará sob controle daqui a dois ou três anos -condição para que o estado presente da economia não se deteriore ainda mais.






Como se não fosse o suficiente, a inquietação com o futuro se agrava quando se observa o Congresso -a Câmara, em particular- a ultrapassar os limites de sua irresponsabilidade habitual em matéria de contas públicas, votando outra medida ruinosa para a Previdência.






O desarranjo se intensifica outra vez devido aos escândalos de corrupção pública e privada e ao descrédito do governo Dilma -criticado por dois terços do eleitorado, sitiado pelo PMDB e desacreditado pelo próprio PT, que abertamente condena a política econômica.






Não se sabe de onde a presidente Dilma Rousseff buscará forças para tanto, mas tal maré de problemas apenas poderá ser superada, no médio prazo, caso o governo apresente um plano profundo, ambicioso e pactuado.









Editorial do jornal Folha de S. Paulo de 28 de junho de 2015.




Posted: 29 Jun 2015 03:26 AM PDT








Artigo no Alerta Total – www.alertatotal.net


Por Ernesto Caruso






Dia 26 de junho. Nasceu sob a égide do inconformismo, preocupados os seus fundadores com os destinos dos homens, da Pátria e das relações soldado-cidadão, cidadão-soldado a tal ponto que contribuiu para a mudança radical na estrutura do Estado com o nascimento da República.






República mal consolidada, passados tantos anos, e, hoje usada como expressão corriqueira de políticos em argumentos falaciosos em nome da própria sobrevivência ainda que na enlameada e fétida visceral corrupção.


O espírito humanitário do Tenente-coronel Sena Madureira o levou a apoiar as teses abolicionistas colocando-as acima de quaisquer outras considerações. Interesse maior indiscutível, mas que não brota das mentes dos acomodados. Claro, gerou uma crise. Afinal, muitos e muitos concebiam e aceitavam: nasceu escravo, tem que ser escravo, açoitado, pelourinho, grilhões, vendidos e apartados; o chefe mandou; absurdo ou não, cumpra-se. Prenda-se o coronel, que seja transferido.






Lá na Escola Militar do Rio Pardo não foi punido pelo Marechal Deodoro da Fonseca, Governador da Província do Rio Grande do Sul e Comandante das Armas. Distante na Corte, oficiais do Exército, sob a liderança do Tenente-coronel Benjamin Constant e da Armada, com o Almirante Silveira da Motta, se reuniram hipotecando solidariedade aos seus camaradas, em clima tenso de pré-rebelião. Não mais nas funções ao retornaram à Corte, sendo aclamados pelos cadetes da Escola Militar.






Assim, se consolidava uma identidade, forte, decidida, combativa, reativa a tantos anos de descura com as Forças Armadas no pós-guerra do Paraguai 1864/70, culminando com a fundação do Clube Militar, 1887; fusão dos ideais republicanos, a partir dos fundamentos alimentados pelo senhor das ciências e mestre militar Benjamim Constant. Gente da caserna ativa, preocupada com tudo em seu entorno que arrostara e desafiara quem os desdenhava; fizeram a guerra, lutaram pela paz, mas não admitiram a subserviência e recusaram a perseguir, como exposto em carta do Marechal Deodoro, presidente do Clube à Princesa Isabel, solicitando dispensa do Exército da missão de capitão-do-mato.






Sena Madureira, em carta afiançava: "Estou encarregado de, com o Gen. Deodoro e o Dr. Benjamin Constant, organizar os Estatutos dos Centros ou Clubes Militares que desejamos fundar aqui e em todas as guarnições importantes, no intuito de unir a classe para a defesa de nossos interesses e sustentar futuras lutas".






Embora já existisse o Clube Naval, se criava um Clube Militar, apropriadamente abrangente para oficiais da Marinha e do Exército, forças da época, composto de nomes dignos e de valor extremado das duas Instituições.






A seguir, caiu a monarquia, 1889.






Ora, se o destemor de um Sena Madureira, quiçá considerado um insano e inoportuno, por uns e outros, fez com que o seu clamor tenha sido considerado justo ao patentear a lição de reagir sempre às ações para desacreditar as Forças Armadas, como parte do planejamento de desmonte do Estado.






O discurso deve ser diplomático quando apela para a solução política, pacificação, conciliação, mas não de lamento; ser altivo e de valor acima do acinte, quando prevalecer a arrogância, o revanchismo, a alertar a nação brasileira quanto à guinada para a esquerda de vários países da América latina, capitaneados pelo bolivarianismo chavista da Venezuela, aliado à tirania cubana dos irmãos Castro.






Não deu certo no passado pelo uso da força, pois foram sufocados todos os movimentos com exceção da Colômbia, onde estão as FARC, mostrando ao mundo o que queriam os nossos terroristas indenizados. Burrice que desagrega e alimenta uma dicotomia de esquerda e direita prejudicial ao desenvolvimento desta Nação. Esperteza de quem a mantém para ficar na cúpula a fim de roubar e usufruir. Estratégia de estranhos que não a querem ver crescer.






O Poder Militar não pode ser omisso, como historicamente nunca foi, diante da insatisfação, do medo, da insegurança, da ameaça externa, da gravidade interna, da mobilização, instrução e adestramento de forças ditas populares, como hoje se nos deparam.






O poder e o dever de defender a Pátria estão acima de quaisquer outros poderes escusos, infiltrados, escuros, corrompidos, dominados ou obtusos.









Ernesto Caruso é Coronel de Artilharia e Estado Maior, reformado. Extrato de uma publicação na Revista do Clube Militar ao comemorar o 120° ano de existência.




Posted: 29 Jun 2015 03:25 AM PDT








Artigo no Alerta Total – www.alertatotal.net


Por Carlos I.S. Azambuja






Em 1989, o desmantelamento do socialismo real foi saudado como o ponto final do longo período de guerras e tiranias brutais na Europa, que atingira o ápice com o nazi-fascismo de Hitler e Mussolini. 




A Europa, do Oeste ao Leste, voltava à trilha segura da democracia liberal, baseada na defesa das liberdades individuais. No entanto, as coisas não se passaram exatamente dessa maneira, como relata Mark Mazower em seu livro "Continente Sombrio", com agilidade intelectual e abundância de dados dos últimos 100 anos da História européia, com ênfase na primeira metade do Século XX.




Com um título provocador, Mazower mostra que as coisas na Europa poderiam ter sido muito diferentes. E quase foram. Os corações e mentes dos europeus não foram propriamente conquistados pelos aliados. Foi sobretudo Hitler quem os perdeu, face ao enorme sucesso popular alcançado pelo nazi-fascismo, primeiro na Itália, nos anos 20, e depois na Alemanha, a partir da ascensão do nacional-socialismo, em 1933.




Foram os excessos de Hitler – campos de extermínio, uso exclusivo da escravidão, guerra total – que comprometeram o projeto nazista.
Trazendo sua análise até os dias atuais, Mazower adverte que o ovo da serpente pode não ter sido totalmente esmagado em solo europeu, a julgar pela inoperância das organizações européias diante do conflito na Iugoslávia que durou cerca de 10 anos.




Nem o fim da Guerra Fria extinguiu o velho hábito europeu de lançar a culpa por suas mazelas sobre os americanos e russos, e esperar deles as eventuais soluções.




Em 1992, anunciava-se a construção de uma nova Europa, confiante e unificada, mas a limpeza étnica no Vale do Drina, na Iugoslávia, na primavera e verão daquele ano, mostrou o quanto isso não passava de retórica vazia.




Na década de 30, Hitler instituiu na Alemanha o Estado do Bem-Estar-Racial, esterilizando e exterminando em massa os menos capazes. Era o "racismo científico".




O fim dos kulaks em 1930, na Rússia, e a implantação das fazendas coletivas, custaram 11 milhões de vidas.




O ano de 1936 marcou o fim da Liga das Nações.




Na década de 30, na Rússia, os trabalhadores que passavam de um emprego a outro eram acusados de "espontaneidade pequeno-burguesa". 
A centralidade do pensamento racial, bem como a idéia do assassinato maciço industrializado, constituiu a diferença básica entre o império de Hitler e o de Stalin.




Sob Hitler, a germanização envolveu uma política de negação cultural. As universidades polonesas foram fechadas (como as checas algum tempo antes) e, de acordo com a estratégia de "esterilização espiritual", restringiu-se a instrução à elementar e profissional. Em maio de 1940 Himmler explicou a política educacional nazista: "A escola deve ter como objetivo único ensinar a contar, no máximo até 500, a escrever o próprio nome, a obedecer aos alemães e ser honesto, trabalhador e bom. Não acho necessário ensinar a ler. Além dessa escola, não deve haver nenhuma outra em todo o Leste".




Em 6 meses, mais de 2 milhões de prisioneiros de guerra soviéticos morreram de fome no cativeiro nazista. Os que não morriam de inanição tinha de caminhar até parecerem mais esqueletos de animais do que seres humanos.




A partir de dezembro de 1941 alguns centros de eutanásia passaram a utilizar unidades de gás fixas, operadas por especialistas, para eliminar o restante da população judaica. Os técnicos da SS desenvolveram dois tipos de gás – o Diamond, com capacidade para 25 a 30 pessoas, e o Saurer, com capacidade para 50 a 60 – e monitoravam as operações cuidadosamente, sobretudo em condições de mau tempo. "Desde dezembro de 1941, processaram-se 97 mil com 3 unidades e as máquinas não apresentaram defeito algum", informou um relatório. Outros técnicos em eutanásia foram designados para Treblinka e Sobibor.






Nesses e em outros campos de extermínio foram construídas câmaras de gás, que eram ampliadas na medida em que surgiam problemas de capacidade. Auschwitz, concebido para prisioneiros políticos poloneses, também se ampliou.




No início de 1943, Richard Korherr, principal estatístico da SS, elaborou para Himmler um relatório sobre o progresso da solução final, informando que 1.449.692 judeus poloneses já haviam recebido o "tratamento especial". Ao término do conflito, haviam sido assassinados entre 5 milhões e 6 milhões de judeus europeus. Em alguns países, como Polônia e Grécia, liquidou-se praticamente a comunidade inteira. Outros grupos étnicos também foram dizimados, notadamente 200 mil a 500 mil ciganos, sérvios, poloneses, ucranianos e russos.




Comparando com as técnicas primitivas utilizadas por outros expoentes do genocídio, a Endlösung demonstrou a superior eficiência genocida de uma operação efetuada por uma burocracia moderna com equipamento industrial.




O ouro arrancado dos dentes das vítimas de Auschwitz lotou 72 trens, que rumaram para Berlim.




Como a URSS na década de 30, o Reich em guerra tornou-se uma economia baseada no trabalho escravo. 




Segundo Friedrich Von Hayek, economista austríaco que em 1944 escreveu o livro "O Caminho da Servidão", a idéia de um socialismo democrático não passa de uma confusão de termos. Qualquer tentativa de realizar essa síntese inexoravelmente encaminharia a sociedade para o totalitarismo. Em 1944, porém, Hayek era uma voz que clamava no deserto.




O deslocamento na época do conflito e após a II Guerra destruiu inumeráveis famílias em todo o continente. Em 1947 havia cerca de 50 mil órfãos na Checoslováquia e 280 mil na Iugoslávia. Cerca de 10 mil crianças sobreviveram à guerra escondendo-se em bosques, em condições de absoluta penúria. Na Holanda, aproximadamente 60 mil crianças precisavam de ajuda; em Bucareste, 30 mil não tinham teto. Muitas dessas crianças não sabiam mais quem eram e de onde vinham.




Durante anos as emissoras de rádio e a imprensa publicaram listas de desaparecidos. Em julho de 1948, três anos após o fim da guerra, ainda faltava identificar cerca de 4 mil crianças.




Os pequenos órfãos desconfiavam de demonstrações de afeto, eram propensos à violência e, muitas vezes, perigosos. Sua emancipação do domínio da lei moral podia manifestar-se no crime, em repentinos e incontroláveis acessos de raiva ou em brutalidades com crianças menores ou mais fracas. Todavia, sua atitude displicente diante da violência também se revelava em suas brincadeiras.






Enfermeiras inglesas se surpreenderam com o estranho comportamento de um grupo de crianças judias que sobreviveram aos campos de concentração. Encerradas num mundo que excluía todos os forasteiros, essas crianças aparentemente não esperavam nenhuma ajuda ou apoio por parte dos adultos. Se uma delas sumia do grupo, as outras concluíam com indiferença: "Ora, morreu".




O almirante Doenitz, sucessor de Hitler, assinou a capitulação em 7 de maio de 1945. Até ser preso com o restante do Alto Comando alemão, duas semanas depois, chefiou um governo efêmero e cada vez mais controverso.
Em abril de 1947, a proclamação da Doutrina Truman assinalou o início de uma política mais decisiva e francamente anticomunista de Washington para com a Europa. Assinalou, também, o início da Guerra Fria.
A República Democrática Alemã foi oficialmente proclamada em outubro de 1949.




Com a dissolução do Komintern em 1943, Stalin queria indicar que renunciara à revolução mundial. A criação do Kominform, em 1947, no entanto, marcou a deterioração das relações de Moscou com os aliados.
Na Guerra Fria, cada um dos lados usava contra o outro a guerra psicológica e clandestina que desenvolveram contra Hitler. Espião tornou-se o soldado característico da Guerra Fria.






O "Evangelho da Segurança Nacional" acarretou a expansão de vastas organizações estatais de vigilância e espionagem. As atividades dos Serviços de Inteligência deixaram de ser vistas como um apêndice das operações militares.




A paz brutal da Guerra Fria proporcionou à Europa o bem mais precioso – tempo -, que permitiu uma extraordinária e inesperada regeneração de sua vida econômica e uma ampla transformação de seus hábitos políticos.
Apesar dos ritmos diferentes, o modelo adotado por Moscou na Europa Oriental era idêntico: um governo de coalizão, no qual o Partido Comunista preponderava; a marginalização e a repressão dos partidos e grupos dissidentes.




"Estudamos o sistema soviético e o tomamos como exemplo", Tito dissera a Stalin, "mas estamos desenvolvendo formas um tanto diferentes de socialismo". Depois que a Iugoslávia foi expulsa do Kominform, as lideranças de outros países fizeram de tudo para não ser acusadas de defender "um comunismo nacional". Atribuiu-se a brecha aberta no bloco soviético a "traidores desprezíveis e lacaios do imperialismo", a "bandos de espiões provocadores e assassinos", a "cães que, atrelados pelos americanos, roem ossos imperialistas e latem para conseguir capital americano".






A necessidade de reconfirmar a infalibilidade soviética acarretou não só expurgos e expulsões maciças, que abalaram o partido e a máquina estatal, mas também uma série de julgamentos exemplares, mormente na Hungria e na Checoslováquia. O esforço para demonstrar lealdade a Moscou, desmascarando "agentes inimigos", espalhou o terror como um vírus no seio do partido soviético. 




Em agosto de 1948 o ministro romeno Lucretiu Patrascanu foi preso; no mês seguinte Wladyslaw Gromulka, outro "desviacionista nacionalista", perdeu o cargo de Secretário-Geral do Partido Comunista Polonês. Líderes albaneses e búlgaros foram detidos e julgados. Na Hungria, Laszló Rajk foi transferido do Ministério do Interior para o do Exterior em agosto de 1948 e preso em maio do ano seguinte.




Primeiro em Berlim Ocidental, depois na França e na Itália, a insatisfação dos jovens com a esquerda expressou-se numa crítica radical ao desenvolvimento social no pós-guerra. Em dezembro de 1966, pouco antes do Natal, por exemplo, estudantes organizaram uma manifestação junto ao Ku'demm, símbolo da nova cultura consumista de Berlim. Atacaram "o mito da democracia ocidental" e recorreram a críticas marxistas ao consumismo para expressar o vazio e o autoritarismo que viam ao seu redor.




Para uma geração posterior, e talvez mais cínica, o torvelinho de 1968 era menos impressionante que seus protagonistas, mais um estardalhaço que uma conquista duradoura, um produto que era resultado, sob muitos aspectos, do mesmo progresso que os estudantes atacavam e ainda por cima um produto não-representativo.






Apesar do rápido crescimento da população estudantil, só uma pequena parcela da juventude envolveu-se de fato nos tumultos: em meados da década de 60, apenas 5,5% dos jovens de 20 anos eram universitários no Reino Unido, 8,6% na Itália, 7,7% na Alemanha Ocidental e 16% na França. Faltava clareza às suas reivindicações: a ênfase no presente e na liberdade absoluta atrapalhou a formulação de exigências corretas. Quando, por fim, se expressaram de modo organizado, essas reivindicações assumiram a forma de um extremo sectarismo marxista – Stalin, Mao e a"grande República da Albânia".




Os acontecimentos de 1968 criaram, assim, uma ala esquerdista periférica, fragmentada e dogmática, tentada à violência e incapaz ou sem vontade de compreender as proporções do triunfo do capitalismo. Essa ala tinha estilo de vida próprio, com intermináveis proclamações, críticas e teses públicas, bem como uma paixão por gurus intelectuais cujos pronunciamentos não impediram que seus seguidores fizessem uma leitura totalmente errônea da situação política. Tal afastamento das realidades do Poder alcançou sua expressão culminante na terrorista Facção do Exército Vermelho, da Alemanha Ocidental, que se considerava uma guerrilha urbana engajada numa luta antiimperialista sob o slogan "Vitória na Guerra do Povo".




Na Itália e na França os protestos de milhares de estudantes logo foram complementados por uma onda de greves, com milhões de sindicalistas exigindo uma participação mais justa na sociedade em crescimento. Contudo, havia uma diferença: os estudantes queriam acabar com o capitalismo; os trabalhadores queriam desfrutar mais de suas benesses.
Seria a última vitória da velha classe operária num Século de luta organizada, antes que a recessão, o desemprego em massa e a reestruturação global a destruíssem em pouco mais de uma década. 




No Leste-Europeu os custos eram visíveis na pele e nos pulmões da população. Na década de 80, a poluição constituía um lembrete assustador da fracassada tentativa comunista de dominar a natureza. A Europa Oriental se transformara num desastre ecológico, com rios morrendo e florestas áridas, cidades sujas, monumentos em ruínas e pessoas doentes. 






Emitia mais anidrido sulfuroso que a Comunidade Européia – a Alemanha Oriental emitia essa substância quatro vezes mais que a Ocidental. No entanto, longe de ser repudiada, essa industrialização antiquada, dispendiosa, improdutiva e prejudicial ao meio ambiente – recebia o investimento de sempre. Os chefes do partido estabeleceram bases de poder em torno das velhas indústrias, que resistiam aos desafios de pretensos modernizadores e até, como no caso da Polônia de Gierek, os conduziam à liderança nacional.




A obsessão pela indústria pesada também criara um vasto operariado do qual o regime se arvorara em porta-voz: como se poderia sacrificá-lo no altar da racionalidade econômica? Os regimes comunistas não podiam, por motivos políticos, ajustar a economia por meio da deflação ou do desemprego maciço, como ocorria no Ocidente.






Assim, adotaram a estratégia oposta e, em vez de tirar os trabalhadores do emprego, prefeririam deixar que os consumidores continuassem sofrendo com a escassez e a má qualidade dos produtos. Entretanto, os trabalhadores também eram consumidores e nem sempre correspondiam aos sentimentos do regime. Em 1980, o surgimento do sindicato Solidariedade, na Polônia, mostrou a ameaça que representam trabalhadores voltados contra o partido que dizia governar em seu nome. 




A consciência de que a realidade sobrepujava a teoria socialista em vez de ser dominada por ela, fatalmente levou o partido a descrer da própria missão de governar. Essa foi a principal tendência política de boa parte das duas últimas décadas do comunismo: não à emergência da oposição aberta e sim ao lento declínio de um partido que acreditara em si mesmo. Com o fim da crença na ideologia socialista e de qualquer esperança de suplantar o Ocidente economicamente, no início da década de 1980, o partido passou a ter pouca serventia. Degenerou-se numa nomenklatura privilegiada e num instrumento cada vez menos capaz de administrar uma crise.




Os anos Brejnev caracterizaram-se pela estagnação e pelo conservadorismo ideológico de Mikhail Suslov, o sumo sacerdote da pureza doutrinária soviética. Mas, sob a superfície havia indícios de novas formas de pensar as relações da União Soviética com a Europa Oriental. Yuri Andropov, o sucessor de Brejnev, atuara como embaixador soviético na Hungria em 1956, antes de comandar o principal departamento do Kremlin com os partidos comunistas do Leste Europeu. Ali reuniu à sua volta um grupo de reformadores que na década de 1980 galgaria posições elevadas. Dirigente da KGB durante a maior parte da era Brejnev, percebia com mais clareza que muitos de seus colegas a situação ruinosa do império comunista e, depois da crise polonesa de 1980/1981, falou francamente sobre a necessidade de novas idéias e a urgência de uma reforma econômica.




Estimulados pela morte de Brejnev e pela ascensão do reformista Andropov, em 1983, os eruditos russos envolveram-se num vigoroso debate sobre a existência real de uma comunidade socialista. Já os reformadores falavam de "princípios democráticos comuns de não-interferência em assuntos internos".




Em 1985 Gorbachev foi eleito Secretário-Geral, tornando-se o apparatchik mais jovem a ocupar o posto. Sua prioridade era interna – enfrentar o desafio econômico da União Soviética, substituindo o modelo de crescimento stalinista (desenvolvimento extensivo baseado na indústria pesada) por um mais moderno, com nova tecnologia e alta produtividade. Seu paradigma era o Lenin da Nova Política Econômica (NEP), pragmático, mas, contudo, fiel à causa do socialismo. Na cabeça desse engenhoso produto do sistema comunista, aperestroika visava, pois, a regeneração da economia soviética, e não a sua destruição. Muito menos a destruição do sistema de partido único.




Sob muitos aspectos, o programa de reformas de Gorbachev assemelhava-se ao que já se procurava implementar em alguns países do Leste Europeu. Havia, porém, uma diferença doutrinária fundamental. Gorbachev tinha muito mais liberdade que as lideranças da Europa Oriental para especular sobre os aspectos políticos das reformas. Logo se tornou claro que para o líder soviético o sucesso da reestruturação da economia – e da revitalização do socialismo – dependia de maior liberdade de informação – a glasnost – e até mesmo, numa frase extraordinária, da "democratização de todas as partes de nossa sociedade".




As implicações na política externa demoraram a evidenciar-se. É óbvio que Gorbachev não previu e não desejava o esfacelamento do império soviético, muito menos o da própria União Soviética. Salientou, entretanto, que a futura cooperação entre Estados e repúblicas teria que ocorrer sem qualquer tipo de coerção. "Chegou a hora de abandonar concepções de política externa influenciadas por uma visão imperial",escreveu em 1987. "É possível suprimir, obrigar, quebrar ou destruir, mas só por um determinado período".




Uma visão retrospectiva mostra que o comunismo já havia acabado em abril de 1989, quando os comunistas poloneses implicitamente reconheceram a legitimidade do sindicato Solidariedade, convidando-o às mesas-redondas. Nesse momento, porém, poucos previram as transformações que logo se sucederiam em toda a região. Afinal, Gorbachev só assegurou seu programa de reformas depois de derrotar seu principal adversário, o conservador Igor Ligachev, em outubro de 1988. 






Acasos e erros sucediam-se, enquanto o império desmoronava. Se na Polônia a mudança se deveu ao enfraquecimento do partido, na Hungria deveu-se à força do partido que, arrogante e demasiado seguro, erroneamente se julgou capaz de controlar uma oposição fragmentada. O que o partido só percebeu, tarde demais, foi que por trás da oposição política havia um anseio popular de mudança, manifestado nas enormes multidões que se reuniram para comemorar o aniversário do levante de 1848, para acompanhar os novos funerais de Imre Nagy ou para assistir ao comício alternativo do Primeiro de Maio, que suplantou o oficial.




Relacionando as transformações ocorridas na Polônia à desesperadora fraqueza da economia local, os governantes da Alemanha Oriental e da Checoslováquia sentiam-se protegidos por sua força econômica. A economia, entretanto, não foi o único fator do colapso. Houve também uma espécie de efeito dominó. Em meados de 1989, quando os húngaros liberaram sua fronteira com a Áustria a fim de chamar a atenção internacional para os sofrimentos da minoria húngara na Romênia, a inesperada conseqüência foi um êxodo de alemães orientais através da Hungria, ressaltando a impopularidade do governo de Erich Honecker. A crise doancien regime estendeu-se por alguns meses na Polônia, mas durou apenas algumas semanas na RDA e na Checoslováquia. Como em 1848, uma rebelião desencadeou outra, porém dessa vez não houve reconquista imperial, pois ninguém acreditava mais em império.




É compreensível, portanto, que muitos observadores ficassem pasmos ante as multidões imensas que surgiram para protestar contra a velha ordem em seus momentos finais. Fazendo, talvez, sua última aparição na história da Europa, essas multidões representavam tanto uma afirmação da falência do comunismo quanto um presságio da instabilidade que poderia advir, se não se estabelecesse uma nova ordem política, mais legítima.




A partir daí, na Europa, em comparação com outras épocas históricas e outras partes do mundo, os habitantes do continente passaram a desfrutar uma extraordinária combinação de liberdade individual, solidariedade social e paz. No início do Século XXI, o panorama internacional era mais pacífico que nunca. Se os europeus conseguirem superar seu ardente desejo de encontrar uma única definição viável de si mesmos e se conformarem com um lugar mais modesto no mundo, poderão aceitar mais facilmente a adversidade e a dissensão que serão tanto seu futuro quanto seu passado. 





Carlos I.S. Azambuja é Historiador.



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“Na primeira noite eles se aproximam
e roubam uma flor
do nosso jardim.
E não dizemos nada.
Na segunda noite, já não se escondem:
pisam as flores,
matam nosso cão,
e não dizemos nada.
Até que um dia,
o mais frágil deles
entra sozinho em nossa casa,
rouba-nos a luz, e,
conhecendo nosso medo,
arranca-nos a voz da garganta.
E já não podemos dizer nada.”

"A Revolução Francesa começou com a declaração dos direitos do homem, e só terminará com a declaração dos direitos de Deus." (de Bonald).

Polonia by Augusto César Ribeiro Vieira


(95) Vídeos de Isso é Brasil

Fico imaginando como deve ser louvor dos anjos!! Assista e veja o porque!

Posted by Ronaldo Nunes de Lima on Segunda, 24 de junho de 2013

Este vídeo é a minha singela homenagem ao policial Civil do Distrito Federal, Carlos Eugênio Silva, conhecido como Dentinho, morto em um acidente nos EUA.Aproveito para agradecer o Governo e a Polícia Americana pelo exemplo de tratamento e honrarias dispensados a um policial morto. Espero muito que o Governo Brasileiro se espelhe neles e trate esse nosso guerreiro com o devido respeito e admiração em solo Brasileiro.Temos que aprender a reverenciar principalmente o velório de quem põe a vida em risco por nós e por nossos familiares, não apenas as celebridades da TV.

Posted by Marcos Do Val on Quinta, 9 de julho de 2015