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terça-feira, 2 de junho de 2015

[Novo artigo] GUSTAVO BARROSO




liciomaciel posted: " A HISTÓRIA DA HUMANIDADE É A HISTÓRIA DAS GUERRAS... (extraído do livro "A Ronda dos Séculos"– de Gustavo Barroso, da ABL) KRUM – O Vencedor "Dans l´origine, l´homme formé nu de corps et désprit se trouve jeté au hasard sur la ter" 



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GUSTAVO BARROSO






A HISTÓRIA DA HUMANIDADE É A HISTÓRIA DAS GUERRAS...
(extraído do livro "A Ronda dos Séculos"– de Gustavo Barroso, da ABL)


KRUM – O Vencedor



"Dans l´origine, l´homme formé nu de corps et désprit se trouve jeté au hasard sur la terre confuse et sauvage". Volney – Les Ruines.





Nas reuniões funerárias à sombra dos lepidodrendos gigantes, diante dos menhirs e cromlechs das clareiras, Krum – os outros o chamavam na sua linguagem rude.



Ninguém brandia com mais força a acha de sílex nem mais fundo enterrava a ponta da lança no peito do urso espeleu.

Habitava uma caverna sobre um planalto a cavaleiro do rio, cheio de esturjões e das florestas de cicas, coníferas e fétos gigantes, povoadas por feras. De lá avistava o branco das geleiras, que desciam das montanhas sempre enevoadas, entre morenas de detritos, e grandes pradarias cobertas de ervas altas, em cujas lagunas espadanavam água os hipopótamos perseguidos pelo machoerodus monstruoso.

À sua vista cúpida, passavam grandes manadas de aurochs, varas enormes de javalis escrofas, rebanhos de rangíferes e lotes de poltros selvagens.

Durante os dias quentes e úmidos, percorria os lameiros e matagais espessos, sempre à espreita e à escuta, estremecendo ao distante resfolegar do rinoceronte, que agitava os caniçais, ao longínquo pisar do mamute, que fazia tremer o chão. Do alto das árvores deixava cair o dardo de pau acerado ao fogo sobre o dorso dos bisontes, que morriam num lago púrpuro.



Levantando-se dos juncais, lançava um pedrouço cortante aos bandos de veados, rindo barbaramente, quando um ficava a estrebuchar, ou derrubava as perdizes com um cacete, quando erguiam o vôo rasteiro. E, se encontrava a pantera, não podendo esconder-se, fugir, guindar-se às árvores, combatia-a heróico e solitário, peito à peito.

Seu corpo baixo e grosso tinha a espantosa agilidade dos símios. Seus músculos retesados eram mais duros e resistentes que os cipós. Trazia em torno dos quadris uma pele felpuda de castor, ao pescoço um colar de dentes recurvos e na grenha hirsuta espinhas de peixe, ossos finos de pássaros. Torso, pernas e braços cobriam-se de cerdas negras e a barba derramava-se sobre o peito, tufado e agreste.

Dormia num antro, sobre folhas secas. Às vezes, levantava-se num susto, chegava à boca da furna. Ao longe, um vulcão erupia com fragor, alanceando de chamas o espaço, deixando escorrer pelas encostas lágrimas de lava. Milhares de animais fugiam, assombrados, em furioso tropel. Gritos de homens medrosos vinham dos convales clareados pelo fogaréu. Krum prosternava-se, porque a sua alma era cheia de terrores desconhecidos e temia todos os espíritos ocultos: os que moram nos anfractos das pedreiras, os que olham dos luzeiros dos céus, os que crepitam nas labaredas da fogueira, os que roncam com o trovão, estalam com o raio, atroam com as erupções e os que, mansamente, deslizam sobre as águas e as ervas, na penumbra dos bosques e na face das penedias, almas dos que partiram para a longa viagem da morte.

Outras vezes, leve ruído despertava-o. Hienas penetravam devagarinho, mal roçando o saibro do solo. Agachava-se, remexia o borralho que conservava o fogo e atirava um tição no escuro da abóbada. A brasa alumiava o traço curvo da trajetória. Caía adiante com um baque seco, espalhando fagulhas. As feras empinavam-se e galopavam em atropelo até a saída, onde se dispersavam pela campina.

Antes de esgotar a provisão de carne de rena ou de cavalo, passava dias inteiros a polir, repolir, afiar os bordos das achas, das raspadeiras, das pontas das setas, dos furadores de pedra, que lhe serviam de armas e instrumentos ou para trocar por plantas medicinais e sementes comestíveis com os moradores de outros cantões. Também esculpia nas placas de chifre de tarando rudes imagens de animais.

Ao luar, quedava-se à entrada da gruta, olhando a melancolia da paisagem. Salgueiros cinzentos marcavam o rumo do rio. A casca prateada dos olmos rebrilhava. Brumas elevavam-se das cataratas, cujo ruído enchia a solidão. Urros de ursos, uivos de raposas morriam no ar. Erguiam-se acima dos capinzais os cornos altos dos megacéros.

O homem primitivo, que somente sofria terrores do vago, do inexplicável, começava a sentir a dor das coisas passadas, mascarada pela sua necessidade para a vida.

Estava sozinho, porém já possuíra uma companheira, membruda e forte, de peitos grandes e rijos, ancas possantes, rodamoinhos de pêlo por quase todo o corpo, cingida pela tanga de couro de leopardo, cabelos ásperos e longos flutuando, hábil na caça e no preparo das peles. Raptara-a, após grande luta à beira dum lago, onde surgiam cabanas da águas, em pontas de estacas. E, quando varava as florestas com elas às costas, ouvia o berro selvagem dos que o perseguiam.

Uma feita, regressando da caçada, parara estarrecido à entrada da cafurna. Dentro afuzilavam as pupilas dum leão deitado sobre o cadáver da mulher. Dera um salto, brandindo o machado. A pele do animal cobria agora as folhiças do leito, e o seu braço e a sua cabeça guardavam a marca indelével das garras. Então, ao desejo imperioso da fêmea desaparecida, seu corpo todo estremecia, suas narinas palpitavam.

Das montanhas próximas veio, um dia, um casal alegre, que se estabeleceu numa cabana de folhagens, à orilha da floresta, no último declive do planalto. O homem caçava ou dormia; a mulher trabalhava sempre, cuidando dos alimentos, da limpeza dos couros e chifres, dos reparos da habitação e do defumar das provisões. Krum olhava-os, invejosamente, da sua caverna solitária. Já o recenvindo abatera centenas de galos selvagens, cujas penas enfeitavam a companheira. E, perseguidos por dois caçadores num vale pequeno, os animais emigravam. Não se viam mais os grupos numerosos de ursos e cavalos de largos cascos, nem afocinhavam mais a lama dos marnéis os babirussas nojentos.

Quando o novo caçador chegava da faina, arrastando pelas patas traseiras um corpo castanho, a mulher dançava de alegria e se enroscava nele, grunhindo. Algumas pancadas do macho faziam-na afastar-se, esfolar a rez e sapecar na fogueira as carnes sangrentas. Depois do repasto bárbaro, em que ele saboreava as melhores porções, ambos roncavam, em pesado sono.



O troglodita solitário, debruçado numa ribanceira, sentia ganas de agarrar a clava, descer o pendor, esmigalhar a cabeça do rival e trazer a mulher para o gozo brutal da sua carne aguilhoada. Mas o outro era sarrudo e forte, a sua machada pendia sempre do cinto e no seu colar de presas de feras havia dentes de homens vencidos.

Uma tarde, Krum engatinhava pelos ervais à cata de ovos de codorna, quando à sua frente rutilaram as asas brilhantes do horfanz. Arremessou o bastão de caça curvo e pesado. A ave tombou. Porém, das moitas defronte, uma pedrada certeira também a tinha alcançado. Os dois homens acharam-se frente à frente, de armas em punho, rugindo. Krum desviou-se ao primeiro golpe do contendor, estendeu o corpo para diante e deu-lhe com o gume do sílex no crânio. A pancada foi rápida e seca como uma martelada. O outro caiu pesadamente. O troglodita atirou a arma ao solo, abandonou o pássaro rutilante e correu para a barraca do morto.

À meia-luz do crepúsculo, subia a encosta do planalto com a fêmea atirada sobre o ombro, aos berros de alegria e de triunfo. Os últimos raios do sol clarearam o seu vulto carregado penetrando na furna.

E desde esse dia feliz, tendo mulher e sendo o único a caçar no vale, Krum não invejou mais ninguém e, com orgulho, se alcunhava o Vencedor.



Gustavo Barroso 















Gustavo Dodt Barroso, advogado, professor, político, contista, folclorista, cronista, ensaísta e romancista. 



Nasceu em Fortaleza, CE, em 29 / 12 / 1888.

Faleceu no Rio de Janeiro, RJ, em 03 / 12 / 1959.

Eleito para a Academia Brasileira de Letras, em 08 / 03 / 1923 para a Cadeira n. 19, na sucessão de D. Silvério Gomes Pimenta, foi recebido em 07 / 05 / 1923, pelo acadêmico Alberto Faria.

Filho de Antônio Filinto Barroso e de Ana Dodt Barroso.

Fez estudos nos externatos São José, Parthenon Cearense e Liceu do Ceará. Cursou a Faculdade Livre de Direito do Ceará, bacharelando-se em 1911 pela Faculdade de Direito do Rio de Janeiro.

Redator do Jornal do Ceará (1908-1909) e do Jornal do Commercio (1911-1913)

Professor da Escola de Menores, da Polícia do Distrito Federal (1910-1912); secretário da Superintendência da Defesa da Borracha, no Rio de Janeiro (1913); secretário do Interior e da Justiça do Ceará (1914); diretor da revista Fon-Fon (a partir de 1916); deputado federal pelo Ceará (1915 a 1918); secretário da Delegação Brasileira à Conferência da Paz de Venezuela (1918-1919); inspetor escolar do Distrito Federal (1919 a 1922); diretor do Museu Histórico Nacional (a partir de 1922); secretário geral da Junta de Juriconsultos Americanos (1927); representou o Brasil em várias missões diplomáticas, entre as quais a Comissão Internacional de Monumentos Históricos (criada pela Liga das Nações) e a Exposição Comemorativa dos Centenários de Portugal (1940-1941).

Participou do movimento integralista, embora não concordasse com o rumo dos acontecimentos a partir de 1937.

Estreou na literatura, aos 23 anos, usando o pseudônimo de João do Norte, com o livro Terra de Sol, ensaio sobre a natureza e os costumes do sertão cearense. Além dos livros publicados, sua obra ficou dispersa em jornais e revistas de Fortaleza e do Rio de Janeiro, para os quais escreveu artigos, crônicas e contos, além de desenhos e caricaturas. A vasta obra de Gustavo Barroso, de 128 livros, abrange história, folclore, ficção, biografias, memórias, política, arqueologia, museologia, economia, crítica e ensaio, além de dicionário e poesia.

Pseudônimos: João do Norte, Nautilus, Jotanne e Cláudio França.

Sua atividade na Academia Brasileira de Letras também foi das mais relevantes. Em 1923, como tesoureiro da instituição, procedeu à adaptação do prédio do Petit Trianon, que o Governo francês ofereceu ao Governo brasileiro, para nele instalar-se a sede da Academia. Exerceu alternadamente os cargos de tesoureiro, de segundo e primeiro secretário e secretário-geral, de 1923 a 1959; foi presidente da Academia em 1932, 1933, 1949 e 1950. Em 9 de janeiro de 1941 foi designado, juntamente com Afrânio Peixoto e Manuel Bandeira, para coordenar os estudos e pesquisas relativos ao folclore brasileiro.

Era membro da Academia Portuguesa da História; da Academia das Ciências de Lisboa; da Royal Society of Literature de Londres; da Academia de Belas Artes de Portugal; da Sociedade dos Arqueólogos de Lisboa; do Instituto de Coimbra; da Sociedade Numismática da Bélgica, do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro e de vários Estados; e das Sociedades de Geografia de Lisboa, do Rio de Janeiro e de Lima.

OBRAS:

- CONTOS, CRÔNICAS E NOVELAS REGIONAIS: Praias e várzeas (1915); Idéias e palavras (1917); Mosquita muerta (1921); Mula sem cabeça (1922); Pergaminhos (1922); Alma sertaneja (1923); Mapirunga (1924); O anel das maravilhas (1924); Livro dos milagres (1924); O bracelete de safiras (1931); Mulheres de Paris (1933); Fábulas sertanejas (1948).

- ROMANCES: Tição do inferno (1926); A senhora de Pangim (1932); O santo do brejo (1933),

- FOLCLORE, CRÍTICA, ERUDIÇÃO E FILOLOGIA: Terra do sol. Natureza e costumes do Norte (1912); Casa de marimbondos (1921); Ao som da viola (1921); O sertão e o mundo (1924); Através dos folclores (1927); Mythes, contes et legendes des indiens du Brésil (1930); As colunas do templo (1933).

- HISTÓRIA, ENSAIOS E EPISÓDIOS HISTÓRICOS: Tradições militares (1918); Tratado de Paz (1919);

A Ronda dos Séculos (1920); Coração da Europa (1922); Uniformes do Exército (1922); Antes do Bolchevismo (1923); En el tiempo de los Zares (1924); O ramo de oliveira (1925); Almas de lama e de aço (1928); A guerra do Lopez (1928); A guerra do Flores (1929); A guerra do Rosas (1929); A guerra de Vidéo (1930); A guerra de Artigas (1930); O Brasil em face do Prata (1930); Inscrições primitivas (1930); Aquém da Atlântida (1931); Brasil - Colônia de banqueiros (1934); História secreta do Brasil, 3 vols. (1936, 1937 e 1938); A destruição da Atlântida, 2 vols. (1936); Espírito do século XX (1936); Os protocolos dos sábios de Sião (1936); Os civilizados (1937); O livro dos enforcados (1939); O Brasil na lenda e na cartografia antiga (1941); Portugal - Semente de impérios (1943); Anais do Museu Histórico nacional, vols. I a V (1943-1949); História do Palácio Itamarati (1953).

- HISTÓRIA REGIONAL E BIOGRAFIAS: Heróis e bandidos. Os cangaceiros do Nordeste (1917); Osório, o Centauro dos pampas (1932); Tamandaré, o Nélson brasileiro (1933); Caxias (1945).

- LÍNGUA E DICIONÁRIO: A ortografia oficial (1931); Pequeno dicionário popular brasileiro (1938).

- MEMÓRIAS E VIAGENS: Coração de menino (1939); Liceu do Ceará (1941); Consulado da China (1941); Seca, Meca e Olivais de Santarém, descrições e viagens (1947). POESIA: As sete vozes do espírito (1950).

- PENSAMENTO: Luz e pó (1932).

- POLÍTICA: O integralismo em marcha (1933); O integralismo de norte a sul (1934); O quarto império, integralismo (1935); A palavra e o pensamento integralista (1935); O que o integralista deve saber (1935); O integralismo e o mundo (1933); Integralismo e catolicismo (1937); A maçonaria: seita judaica (1937); Judaísmo, maçonaria e comunismo (1937); A sinagoga paulista (1937); Corporativismo, cristianismo e comunismo (1938).








O nome Krum é formado pelo termo KRO - MAGNUM, relativo ao homem de Cro-Magno, latinizado ) - CROMAGNON.



O nome do meu veleiro KRUM é uma homenagem ao esforço do homem na incessante busca de suas orígens através os séculos, milênios ...

The original "Old man of Crô-Magnon", Musée de l'Homme, Paris.

Tool from Cro-Magnon – Louis Lartet Collection

Cro-Magnon (i/krˈmænjən/ or US pronunciation: /krˈmæɡnən/; French: [kʁomaɲɔ̃]) is a common name that has been used to describe the first early modern humans (early Homo sapiens sapiens) of the European Upper Paleolithic.[1] Current scientific literature prefers the term European early modern humans (EEMH), to the term 'Cro-Magnon,' which has no formal taxonomic status, as it refers neither to a species or subspecies nor to an archaeological phase or culture.[1] The earliest known remains of Cro-Magnon-like humans are radiocarbon dated to 43,000 years before present.[2]

Cro-Magnons were robustly built and powerful. The body was generally heavy and solid with a strong musculature. The forehead was fairly straight rather than sloping like in Neanderthals, and with only slight browridges. The face was short and wide. The chin was prominent. The brain capacity was about 1,600 cubic centimetres (98 cu in), larger than the average for modern humans.[3] However, recent research suggests that the physical dimensions of so-called "Cro-Magnon" are not sufficiently different from modern humans to warrant a separate designation.[4][5]













FIM









liciomaciel | 2 Junho, 2015 às 10:05 | Categorias: Uncategorized | URL: http://wp.me/p18NMH-2J4










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“Na primeira noite eles se aproximam
e roubam uma flor
do nosso jardim.
E não dizemos nada.
Na segunda noite, já não se escondem:
pisam as flores,
matam nosso cão,
e não dizemos nada.
Até que um dia,
o mais frágil deles
entra sozinho em nossa casa,
rouba-nos a luz, e,
conhecendo nosso medo,
arranca-nos a voz da garganta.
E já não podemos dizer nada.”

"A Revolução Francesa começou com a declaração dos direitos do homem, e só terminará com a declaração dos direitos de Deus." (de Bonald).

Polonia by Augusto César Ribeiro Vieira


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Fico imaginando como deve ser louvor dos anjos!! Assista e veja o porque!

Posted by Ronaldo Nunes de Lima on Segunda, 24 de junho de 2013

Este vídeo é a minha singela homenagem ao policial Civil do Distrito Federal, Carlos Eugênio Silva, conhecido como Dentinho, morto em um acidente nos EUA.Aproveito para agradecer o Governo e a Polícia Americana pelo exemplo de tratamento e honrarias dispensados a um policial morto. Espero muito que o Governo Brasileiro se espelhe neles e trate esse nosso guerreiro com o devido respeito e admiração em solo Brasileiro.Temos que aprender a reverenciar principalmente o velório de quem põe a vida em risco por nós e por nossos familiares, não apenas as celebridades da TV.

Posted by Marcos Do Val on Quinta, 9 de julho de 2015