Alerta Total
- Governo espera conter ira de zelites rentistas subindo os juros ainda mais, para alegria dos banqueiros
- A Anta PIFA como a FIFA?
- As colunas de cedro
- Moral e Ética
- Homossexualidade explícita: pode?
- Desarmamento e soberania
- O Lobo e o Cordeiro
Posted: 04 Jun 2015 06:37 AM PDT
Edição do Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Jorge Serrão - serrao@alertatotal.net
Com a usura oficial chegando aos cabalísticos 13,75% ao ano (a maior taxa de juros desde janeiro de 2009), tendem a ficar maiores os gastos do governo com a impagável dívida interna "trilionária". Em compensação, especuladores do chamado "capital motel" pode trazer seus rico dinheirinho para aplicar aqui, faturando alto. Assim, ninguém tira o Joaquim Levy... E o sistema de usura segura a Dilma Rousseff - cada vez mais acuada pela dupla Renan-Calheiros/Eduardo Cunha.
Pedala, Dilma... O tal do "Esforço Fiscal", mais com jeitinho brasileiro de arrocho, é de mentirinha. Só ferra o cidadão-eleitor-contribuinte que trabalha e produz. Ao subir ontem em mais meio ponto percentual a taxa básica de juros Selic, o ortodoxo Comitê de Política Monetária do Banco Capimunista do Brasil, mais conhecido pela sigla BC do B, fez duas sinalizações ao mercado em sua "decisão unânime".
A primeira indicação é que o desgoverno está obrando e andando para os efeitos trágicos de uma recessão ou estagflação - termos do economês que o povão entende como desemprego, carestia, queda no consumo, dificuldade de crédito e mais inadimplência e dificuldade para pagar contas com a mesma merreca que ganha trabalhando.
A segunda é que o sistema dá mais uma proteção aos rentistas, que ganham dinheiro especulativamente, sem fazer muita força, ao mesmo tempo em que viabiliza lucros ainda mais recordes aos bancos, compensando o calote (já previsto no seguro dos empréstimos) que tende a aumentar. A terceira dica é que vem mais aumento de juros por aí...
Tirando alguns economistas críticos e quem está efetivamente se ferrando com o modelo rentista-especulativo, só alguns segmentos políticos reagiram a mais um aumentinho dos juros já estratosférico. Um deles foi Paulo Pereira da Silva, presidente do partido Solidariedade, que representa a Força Sindical. Paulinho meteu o pau e o dedo na ferida: "Ao elevar a taxa básica de juros de 13,25% para 13,75% ao ano, o Banco Central do Brasil dá mais um sinal de que pretende sufocar a economia do Brasil sob o pretexto de controlar a inflação. É mais do que sabido que os juros altos só beneficiam o sistema financeiro e quem vive de aplicações bancárias. A taxa básica de juros, chamada de Selic, é só uma referência para um sistema que cobra taxas de juros de mais de 20% ao mês, ou mais de 200% ao ano".
Paulinho segue na bronca: "Quem será ainda mais prejudicado será o trabalhador, que perderá em dose dupla, e quem investe em uma atividade produtiva. O trabalhador, além de perder o emprego, não terá como pagar mais os bens que financiou. E quem investe na produção não terá mais como pegar um empréstimo". O deputado federal e líder sindical aproveita para implodir a Presidenta: "O governo Dilma Rousseff apresenta aos brasileiros uma perspectiva sombria. Ao mesmo tempo em que leva a população para o olho da rua, corta o seguro-desemprego e o abono do PIS. A única alternativa é tirar do poder Dilma e toda a sua equipe e colocar no governo quem apresente políticas para estimular o crescimento econômico e estancar a corrupção que se espalhou por toda a estrutura do governo".
O problema é que Dilma não será tirada tão facilmente pela via política tradicional... E, problema maior ainda, o modelo capimunista-rentista não tem data para acabar no Brasil. Muito pelo contrário, fortalecendo ainda mais o banco e dando um cala-boca nos investidores, que faturam com os juros altos, o desgoverno vai ganhando uma consistente sobrevida. A pretensa "oposição" não será financiada pelos rentistas... E tudo ficará como dantes no cofrinho do Abrantes...
A não ser que os endividados do quartel do Abrantes, cada vez mais proletarizados que antes, comecem a ensaiar algum grito de guerra...
Freud explica?
Diante da conjuntura econômica e do excesso de corrupção sistêmica, com alto teor de impunidade, dá para entender por que Luiz Inácio Lula da Silva foi vaiado, no último dia 1 de junho, ao embarcar em um voo de carreira para a Itália, conforme mostram as imagens?
No avião, diante da insatisfação dos passageiros (aquele turma que o grande líder afirma pertencer às zelites), $talinácio foi obrigado a ser refugiado na cabine do piloto...
Surpresa nenhuma
Alguém se surpreendeu com o levantamento de O Globo indicando que cinco empreiteiras concentram 99,4% do valor de US$ 11,9 bilhões contratado pelo BNDES em exportação de serviços de engenharia entre 2007 e 2015?
Alguém ficou surpreso que o grupo Odebrecht tenha sido o mais beneficiado, com US$ 8,4 bilhões ou 70% do total?
As cinco empreiteiras que concentram o crédito à exportação são Odebrecht (US$ 8,2 bilhões, incluindo sua subsidiária em Cuba, a Companhia de Obras e Infraestrutura), Andrade Gutierrez (US$ 2,6 bilhões), Queiroz Galvão (US$ 388 milhões), OAS (US$ 354,2 milhões) e Camargo Corrêa (US$ 258,8 milhões).
Mandracaria
No financiamento de obras públicas no exterior, o BNDES concede o crédito a um país, que repassa os recursos à empresa que executará as obras.
Oficialmente falando, ao menos na teoria, a escolha da empreiteira fica a cargo do governo daquele país.
Se os de fora escolhem as maiores empreiteiras do Brasil, grandes financiadores de campanhas eleitorais, é porque devem ser muito bonzinhos...
Aí tem...
De Dalmo Accorsini, no Facebook, sobre a recente viagem de Eduardo Cunha à Israel:
"Eu sempre estou atento a tudo o que acontece no Brasil! E posso com certeza levantar uma hipótese aqui com a viagem do Cunha a Israel! Alguma coisa vai acontecer em breve! Essa visita foi Presidencial! Aqui esta minha teoria! O Cunha visitou Israel, porque sabe que Dilma e Temer estão já com os dias contados, ele, Cunha assumira a Presidência mesmo que interinamente, para conquistar apoio Internacional porque o MIMIMI vai ser imenso é necessário o reconhecimento da comunidade internacional, caso contrario você seria um PARIA! Israel será o primeiro pais a reconhecer a legitimidade de Cunha! Senhores preparem seus motores! Vem BOMBA ai!"
Da mesma forma, o Alerta Total indaga: Não seria muita coincidência que Joaquim Barbosa também tenha recebida esta semana o título de Doutor Honoris Causa concedido pela Universidade Hebraica de Jerusalém, com direito a diploma entregue pelo presidente da entidade, o Professor Menachem Ben Sasson?
Retornando
O Tribunal Administrativo Regional do Lazio negou o recurso da defesa do ex-diretor de marketing do Banco do Brasil Henrique Pizzolato, que tentava impedir a extradição do mensaleiro.
Com a decisão, a ser publicada nesta manhã de quinta-feira pela justiça italiana, o petista condenado a 12 anos e 7 meses de prisão no processo do mensalão pode ser extraditado para o Brasil.
Aqui, Pizzolato cumprirá pena no Presídio da Papuda.
Triste constatação
Do jornalista e professor universitário de Jornalismo Cal Francisco, uma dura e concreta comparação entre administrações municipais que ganharam fama de caóticas na cidade de São Paulo:
"Observando tanto congestionamento, somado as bobagens feitas na cidade, Fernando Haddad me faz sentir saudades do ex-prefeito Celso Pita. Parece que São Paulo está sem administração. Eita, PT".
Gozadores não perdoam
O mais triste é que o preço da roupinha é, literalmente, de enfiar a faca...
Coisas da Cornualha
Do apresentador de tevê Marcos Hummel, também no Facebook, sobre o escândalo que faz a alegria dos tablóides sensacionalistas britânicos, uma profunda reflexão popular:
"Camila Parker traiu o Príncipe Charles. Como dizia meu sábio pai: nunca faltará um chinelo velho para um pé doente".
Caro Marcos Hummel: esperar o que do pessoal lá da Cornualha?
Piada de Brasileiro nos EUA?
Resumindo a notícia anedótica acima, que tem verossimilhança com a conjuntura atual, mas que é falsa, embora valha como uma piada de altíssimo nível para criticar a ignorância reinante:
Um professor foi preso no Aeroporto JFK, sob acusação de tentar embarcar com armas para instruções de matemática: régua, transferidor, um compasso, uma régua de cálculo e uma calculadora...
O mestre foi acusado pelo general Eric Holder de pertencer ao grupo terrorista Al-Gebra...
A piada se torna séria quando, o "general" termina advertindo: "Ensinar nossos filhos processos de conhecimento e equipá-los para resolver problemas é perigoso e põe em risco o nosso governo".
EncaFIFAdo
Do professor, jornalista e botafoguense doente João Baptista de Abreu, também no terrível face, uma indagação relevante sobre o Fifagate:
"Uma pergunta que não quer calar. Depois das falcatruas que acarretaram a prisão de sete dirigentes e a renúncia do presidente, qual a moral da FIFA para punir o atacante Jobson, do Botafogo, com quatro anos de suspensão por se recusar a fazer exame antidoping no Oriente Médio? Quantos anos deveriam pegar estes dirigentes e Josef Blatter?".
Rotina macabra rubro-negra
O Flamengo segue firme na conquista da passagem para a segunda divisão em 2016, com a terceira derrota seguida.
Mais desastroso só ter perdido justamente para o Cruzeiro que começou a ser treinado pelo Vanderlei Luxemburgo que fora demitido, em atitude completamente idiota, pela visão rentista do tal "Conselho Gestor" rubro-negro.
Por isso, segue a pergunta já feita: Será que o recém contratado técnico Cristóvão resiste a mais um tropeção?
Nome técnico adequado?
Do delegado Romeu Tuma Júnior, atraindo a ira da turma LGBT e afins, com o seguinte comentário noticioso:
"Motorola vai oferecer Wi-Fi de graça durante a 19º Parada do Orgulho Gay. Vai chamar "conexão fio terra"...
"Deus é amor mas a cachaça é universal"
Saída mercadológica criativa e estratégica encontrada pelo dono de um boteco, diante da concorrência religiosa ao seu lucrativo negócio...
Colabore com o Alerta Total
Neste momento em que estruturamos mudanças para melhor no Alerta Total, que coincide com uma brutal crise econômica, reforçamos os pedidos de ajuda financeira para a sobrevivência e avanço do projeto.
Os leitores, amigos e admiradores que quiserem colaborar financeiramente conosco poderão fazê-lo de várias formas, com qualquer quantia, e com uma periodicidade compatível com suas possibilidades.
Nos botões do lado direito deste site, temos as seguintes opções:
I) Depósito em Conta Corrente no Banco do Brasil. Agência 4209-9, C/C: 9042-5, em favor de Jorge Serrão.
OBS) Valores até R$ 9.999,00 não precisam identificar quem faz o depósito; R$ 10 mil ou mais, sim.
II) Depósito no sistema PagSeguro, da UOL, utilizando-se diferentes formas (débito automático ou cartão de crédito).
III) Depósito no sistema PayPal, para doações feitas no Brasil ou no exterior.
Vida que segue... Ave atque Vale! Fiquem com Deus. Nekan Adonai!
O Alerta Total tem a missão de praticar um Jornalismo Independente, analítico e provocador de novos valores humanos, pela análise política e estratégica, com conhecimento criativo, informação fidedigna e verdade objetiva. Jorge Serrão é Jornalista, Radialista, Publicitário e Professor. Editor-chefe do blog Alerta Total: www.alertatotal.net. Especialista em Política, Economia, Administração Pública e Assuntos Estratégicos.
A transcrição ou copia dos textos publicados neste blog é livre. Em nome da ética democrática, solicitamos que a origem e a data original da publicação sejam identificadas. Nada custa um aviso sobre a livre publicação, para nosso simples conhecimento.
© Jorge Serrão. Edição do Blog Alerta Total de 4 de Junho de 2015.
Posted: 04 Jun 2015 04:46 AM PDT
Artigo no Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Carlos Maurício Mantiqueira
Metida, gorda e catatônica está da Anta a pata. É uma Anta patagônica!
Enquanto o discurso desafina, se compara a "bicicristina".
Tão idiota quanto, a nós não causa mais espanto.
Enquanto uma usa cânfora a outra, cámpora. Tentam tirar o fedor e gritam :"Devagar com o andor!"
No largo do boticário parece que só tem otário. Preso por vadiagem ou viadagem está o chefe do zoológico onde vivia a Anta antes de ser presidanta. Tomou no comercial, um macuco no embornal. O caso foi antológico.
Governar que é bom nem pensar. Neca de pitibiribas. Só causa factóides pra iludir os debilóides.
O discurso politicamente correto, já sente bafo na nuca. Está numa sinuca e pergunta:
"É pior de urso ou de onça?"Não sabe de quem é o correto. Corpo estranho de antanho "mal placé" advinhe você onde, que certo sempre responde.
Tapirus americanus acaba tomando na rima.
Carlos Maurício Mantiqueira é um livre pensador.
Posted: 04 Jun 2015 04:45 AM PDT
Artigo no Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Aileda de Mattos Oliveira
A sabedoria foi uma dádiva recebida por Salomão, nascido no seio da natureza rude de Israel. Saber divino, acrescido da percepção dos benefícios e das asperezas do ambiente onde vivia, tudo, naquela esfera cultural, iria servir de simbolismo exemplar na sua vida de justo juiz de difíceis causas. A ética estava ali, na natureza, bastava querer vê-la.
Século XXI. Arrogantes juristas, olhos fixos nas vantagens financeiras, autojulgam-se sapientes na jurisprudência e encobrem a iniquidade com as pomposas capas que lhes caem dos ombros, compondo-lhes a pose. Condescendentes com o erro, são julgados pela voz do povo como defensores de interesses poderosos.
Salomão edificou palácios e neles levantou colunas de cedro. A Sala do Trono e a Sala do Julgamento eram forradas da mesma madeira até o teto, onde vigas também de cedro sustentavam-se sobre as colunas. Por que tal preferência, se o ouro reluz e enriquece o ambiente?
Simples. O cedro é o símbolo da incorruptibilidade, e o juiz não pode ser justo, se proferir o seu julgamento com meias verdades para usufruir de totais vantagens. O cedro lembrava a todos, juiz e julgados, que ali se praticava a justiça sem mancha, sem brecha, sem duvidosa interpretação.
Século XXI. O palácio do Supremo Tribunal Federal não tem colunas de cedro, nem vigas nem forro com tão poderosa madeira.
A tecnologia avançada dos botões e do deslizar acelerado dos dedos nos smartfones não pode aceitar a convivência da primária natureza. Em compensação, as interpretações cínicas invalidam prisões, põem em dúvida julgamentos de juiz honesto, mastigam-se as palavras das leis, libertam-se prisioneiros, tudo em nome da 'velha amizade'.
As colunas de cedro do palácio de Salomão, simbolicamente lembravam a ereta e incorruptível conduta do juiz, afim de que o julgamento se fizesse justo dentro da justeza das leis.
A durabilidade do cedro ao não se deixar corromper nem com a chuva nem com o sol, destaca a rápida corrupção do homem ao simples 'molhar' de sua mão.
Aileda de Mattos Oliveira é Dr.ª em Língua Portuguesa. Vice-Presidente da Academia Brasileira de Defesa.
Posted: 04 Jun 2015 04:43 AM PDT
Artigo no Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Clóvis Pupper Bandeira
Comecemos pelas definições. Moral deriva do latim mores, "relativo aos costumes". Esta palavra se originou a partir do intento dos romanos traduzirem a palavra grega êthica, e não traduz por completo a palavra grega originária.
É que êthica possuía, para os gregos, dois sentidos complementares: o primeiro derivava de êthos e significava, numa palavra, a interioridade do ato humano, ou seja, aquilo que gera uma ação genuinamente humana e que brota de dentro do sujeito moral, ou seja, êthos remete-nos para a intenção.
Por outro lado, êthica significava também éthos, remetendo-nos para a questão dos hábitos, costumes, usos e regras, o que se materializa na assimilação social dos valores.
A tradução latina do termo êthica para mores "esqueceu" o sentido de êthos (a dimensão pessoal do ato humano), privilegiando o sentido comunitário da atitude valorativa. Dessa tradução incompleta resulta a confusão que muitos, hoje, fazem entre os termos ética e moral.
A ética pode encontrar-se com a moral[1], pois a suporta, na medida em que não existem costumes ou hábitos sociais completamente separados de uma ética individual. Da ética individual se passa a um valor social, e deste, quando devidamente enraizado numa sociedade, se passa à lei. Assim, pode-se afirmar, num sentido geral, que não existe lei sem uma ética que lhe sirva de alicerce.
Os princípios morais como a honestidade, a bondade, o respeito, a virtude determinam o sentido moral de cada indivíduo. São valores universais que regem a conduta humana e as relações saudáveis e harmoniosas.
Neste sentido, ética pode ser definida como a ciência que estuda a conduta humana e a moral é a qualidade desta conduta, quando se julga do ponto de vista do Bem e do Mal.
Num sentido menos filosófico e mais prático, podemos compreender um pouco melhor esse conceito examinando certas condutas do nosso dia a dia, quando nos referimos, por exemplo, ao comportamento de alguns profissionais como um médico, jornalista, empresário ou político. Para estes casos, é bastante comum ouvir expressões como: ética médica, ética jornalística, ética empresarial e ética pública.
O tema da ética no serviço público está diretamente relacionada com a conduta dos funcionários que ocupam cargos públicos. Tais indivíduos devem agir conforme um padrão ético, exibindo valores morais como a boa fé, honestidade e outros princípios necessários para uma vida saudável no seio da sociedade.
Quando uma pessoa é eleita para um cargo público, a sociedade deposita nela confiança, e espera que ela cumpra um padrão ético. Assim, essa pessoa deve estar ao nível dessa confiança e exercer a sua função seguindo determinados valores, princípios, ideais e regras. Para isso ela deve estar preparada para pôr em prática políticas que beneficiem o país e a comunidade a nível social, econômico e político.
Infelizmente os casos de corrupção no âmbito do serviço público são fruto de profissionais que não trabalham de forma ética.
Chegamos, assim, a partir de conceitos filosóficos, ao caso brasileiro de falta de ética e de comportamento moral por parte de tantos políticos brasileiros. Para eles, parece não haver distinção entre bem e mal, certo ou errado, moral imoral ou amoral.
Só o que lhes interessa é locupletar-se no poder, tirar o máximo proveito de sua situação, perpetuar-se nela diretamente ou através de parentes ou descendentes que os substituam, aparelhar ao máximo o órgão público sobre o qual têm autoridade com o maior número de correligionários e apaniguados que lhes serão gratos e saberão recompensá-los por seus favores.
Misturam o público com o privado, apoderando-se das benesses dos cargos a que tiveram acesso como se os mesmos fossem sua propriedade particular e tivessem direito de explorá-lo, política e financeiramente, como tal. Essa mentalidade deturpada conduz ao crime de corrupção.
A palavra corrupção relaciona-se a outras de sentido conexo, como putrefação, suborno, prevaricação, devassidão, lesa-pátria.
O brasileiro vem sendo, nos últimos tempos, assombrado por um crescente número de denúncias de corrupção nos órgãos governamentais e órgãos de interesse público infiltrados por homens sem caráter, a mando de partidos ou grupos políticos, exclusivamente para roubar e desviar recursos públicos, que enchem bolsos particulares e cofres políticos.
Não nos deixemos iludir por termos politicamente corretos como malfeitos, desvios de conduta e que tais: corrupção é crime.
Não se trata de delito menor, infração desculpável, ato de aloprados: trata-se de crime, e dos mais graves que um servidor público pode cometer, pois estará se apropriando do que lhe foi confiado para guardar e gerir da maneira mais eficaz que lhe seja possível, em nome da sociedade.
Também são inválidas as desculpas de que "todos procedem assim", como se pertencer a uma quadrilha de bandidos justificasse o roubo. Além disso, a generalização é mentirosa: nem todos procedem assim.
Na apresentação de seu livro "Década Perdida", sobre os dez anos de PT no poder, o Prof. Marco Antonio Villa pinta, em cores vivas, o triste momento histórico que atravessamos:
"Vivemos um tempo sombrio, uma época de vale-tudo. Desapareceram os homens públicos. Foram substituídos pelos políticos profissionais. Todos querem enriquecer a qualquer preço. E rapidamente. Não importam os meios. Garantidos pela impunidade, sabem que se forem apanhados têm sempre uma banca de advogados, regiamente pagos, para livrá-los de alguma condenação.
Os escândalos de corrupção – e foram tantos – não representaram um ponto fora da curva. Eram parte do projeto de poder, no qual não se dissociou, em momento algum, o interesse público do partidário – e, algumas vezes, do simples atendimento aos interesses privados da sua liderança, como no escândalo do mensalão.
São anos marcados pela hipocrisia. Não há mais ideologia. Longe disso. A disputa política é pelo poder, que tudo pode e no qual nada é proibido. O Brasil de hoje é uma sociedade invertebrada. Amorfa, passiva, sem capacidade de reação. É uma República bufa, uma República petista."
Este, infelizmente, é o preço que uma Nação paga por aceitar a falta de ética e de moral em seu serviço público.
"O tempora! O mores!" exclamava Cícero contra a depravação de seus contemporâneos. "Ó tempos! Ó costumes!" ecoamos hoje, mais de dois mil anos depois.
[1] Moral pode ser também uma palavra masculina. Neste caso, significa estado de espírito, vigor na ação, espírito de luta, confiança, coragem.
Clovis Purper Bandeira é General de Divisão e editor de opinião do Clube Militar.
Posted: 04 Jun 2015 04:41 AM PDT
Artigo no Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Enio Mainardi
Se um homem beija outro homem nos lábios, tipo "selinho", por exemplo...e daí? Mas se ele entrar de língua no namorado num beijo lambuzado, longo, aquele dos preâmbulos de uma trepada, na frente de todo mundo...aí não pode. Porque o "selinho" é considerado só uma manifestação de afeto normal. Já o beijo "desentope pia" entre dois homens é um lance de sexualidade explícita, homossexual. Tudo é questão de tom, maneira de se comportar.
Vale igual para as mulheres. O que o geral da sociedade permite é um carinho simples. Mais do que isso é escândalo. O afeto homossexual "exagerado" não pode soar como se fosse tolerado. E um beijaço de homem com mulher, na boca...pode? Pode, mas calma, né?
A moralidade é um conceito flutuante. Depende. Depois da guerra vencida, as tropas aliadas foram proibidas pelo Alto Comando de "confraternizar"com o povo vencido. Um soldado americano não podia nem flertar com uma jovem alemã, por exemplo. Mas essa rigidez acabou caindo. E sobreveio uma esbórnia geral. Ganhou o tesão dos rapazes americanos, canadenses, ingleses etc e das meninas germânicas, francesas, italianas que acabavam de sair do maior conflito armado do mundo.
A fidelidade virou besteira com tantos machos mortos, o comportamento sexual foi liberado. Até porque a miséria post-guerra forçou a prostituição, a fome matava milhões e o mercado negro imperava. Estou lendo um livro interessante que descreve a quebra violenta dos costumes tradicionais, em favor da sobrevivência.
Chama-se "Ano Zero, Uma História de 1945, de Ian Buruma". A moral pública é muito flexível, basta ver a história da moda. Ou mesmo da música, a histeria que os Beatles e os Rolling Stones provocaram nos adolescentes da época.
Talvez se possa descrever a moralidade convencional como uma maré, inevitável e impossível de controlar, quando ela muda... ela muda, tanto faz se disfarçada ou não. "Faça amor, não faça a guerra" virou o slogan que desencadeou uma resposta poderosa ao Vietnã. A juventude estava cansada de ser manipulada por políticos e burocratas incompetentes e sanguinários.
A natureza biológica do ser humano é implacável: se você não gozar no sexo real, goza na cama, no sonho. Essa ânsia primeva não tem quem segure. A novela Babylonia, muito falada nestes dias, talvez seja precursora de uma mudança nessa tal "moralidade" de hoje, convencional. Mesmo que ela seja censurada nos seus beijos e amassos homossessuais...
Talvez daqui uns breves tempos ela seja considerada até inocente demais, ingênua. A história da sexualidade humana oscila que nem gráfico de exame cardiológico. Ou fatia como o cumprimento da saia das mulheres. O inteligente é refletir e estar preparado para as mudanças.
Enio Mainardi é Publicitário. Originalmente publicado no Facebook do autor em 3 de junho de 2015.
Posted: 04 Jun 2015 04:40 AM PDT
Esta "força" continua bem armada...
Artigo no Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Marcos Coimbra
No Brasil o serviço militar é obrigatório. Todo jovem é convocado para cumprir seu dever aos dezoito anos, Apenas parte deste contingente é incorporado, devido a problemas principalmente de escassez de recursos e de infra-estrutura. O objetivo é a sua preparação para a defesa da Pátria, devido ao insuficiente efetivo profissional das Forças Armadas, considerando-se as necessidades existentes.
Ele aprende a atirar com armas leves e pesadas, faz teste de tiro e, quando aprovado, é julgado apto. Em outros países, como Israel e Suíça, todo cidadão, de acordo com critérios específicos, é considerado como soldado da reserva, pronto para entrar em combate, quando necessário. Até a Venezuela comprou 100.000 fuzis de assalto para formar uma milícia de combatentes, recentemente, para defesa dos atuais detentores do poder político naquele país.
Na conjuntura atual, reina a insegurança no país, em especial no Rio de Janeiro, onde centenas de pessoas estão sendo trucidadas por marginais, muitos deles "menores", em especial com uso de armas brancas, sem a mínima possibilidade de exercer seu legítimo direito de defesa, por falta de meios. Estamos sendo massacrados, mesmo sem oferecer resistência, ficando nossas vidas a mercê dos humores dos bandidos.
A violência imposta pelo narcotráfico domina as cidades. Organismos internacionais, com a conivência de "cidadãos brasileiros", alguns ingênuos, outros por terem sido cooptados por várias razões e os demais em função de motivações ideológicas, estão introduzindo no Brasil a cultura da covardia. Ou seja, não reaja, não olhe para o bandido, faça aquilo que ele mandar etc. Autoridades estrangeiras declaram o fim da soberania brasileira sobre a nossa Amazônia.
Houve um referendo sobre a proibição da comercialização de armas de fogo e munições, onde a imensa maioria dos eleitores (cerca de 64%) rejeitou o absurdo Quase todos os políticos (principalmente os ditos de esquerda) foram a favor da proibição, tendo sido fragorosamente derrotados. Porém, conseguiram impor o famigerado estatuto do desarmamento, por acordo de lideranças, sem sequer votação no plenário.
Só defende o estatuto do desarmamento quem ignora o que está por trás dele, estrangeiros ou sicários. Na realidade, o Brasil só possui dois partidos políticos: o de Tiradentes e o de Silvério dos Reis. Os que foram responsáveis pela implantação do estatuto do desarmamento passarão à História como integrantes deste último.
Numa provável tentativa de invasão da Amazônia, nossa única chance é a luta não convencional, em que poderão ser empregados os reservistas e civis voluntários, possuidores de armas de fogo e munição, com destreza em sua utilização. Caso sejam confiscadas milhões de armas em especial aquelas em poder de reservistas, como defender nosso país das agressões externas e internas?
O objetivo deve ser estimular os cidadãos dignos a legalizarem suas armas de fogo, impondo punições severas aos que tiverem armas ilegalmente e não desarmá-los. Ou o verdadeiro objetivo é facilitar a tomada de nosso território por estrangeiros, bem como a ação de criminosos?
O argumento falacioso de que um revólver é um "vetor de violência" não se sustenta. Os marginais empregam armas de guerra, AR-15, M-16, lança-granadas, desprezando armas de pequeno porte. Armas não matam pessoas. Pessoas matam pessoas. Na realidade, quem precisa ser controlada é a mídia, pois não há maior "vetor de violência" hoje do que os programas, novelas e filmes violentos transmitidos pelos meios de comunicação, onde fazem apologia até do uso de drogas. Um povo desarmado é muito mais fácil de ser escravizado, não tendo condições de exercer o direito constitucional de autodefesa.
A manobra é muito clara. A liderança do movimento é da ONG Viva Rio, fundada em NOV/93, no Rio de Janeiro, com a participação e o patrocínio de representantes das Fundações Rockefeller, Brascan, Kellog, Vitae e Roberto Marinho e a presença do então Chanceler FHC e do banqueiro David Rockefeller, fundador do Diálogo Interamericano, sendo filiada à IANSA-International Action Network of Small Arms, uma rede de 186 ONGs criada para atuar como uma central de coordenação da campanha internacional de desarmamento.
O manifesto de fundação da IANSA exige inclusive a redução dos gastos militares ao nível mais baixo possível, bem como reduzir as disponibilidades de armas para civis em todas as sociedades, além de assegurar um efetivo controle e monitoramento das forças militares, polícia e outras instituições. Fica claro que este é o passo inicial. Depois, virão os outros. E, o Brasil, com 8.500.000 km2, detentor de vastos recursos naturais, vitais no terceiro milênio, ficará indefeso, a mercê dos "donos do mundo".
A legislação atual é bem severa, tanto para os que tentam comprar arma de fogo, como para aqueles que possuem porte, hoje praticamente impossível de ser obtido. O único argumento levantado pelos inimigos de armas neste aspecto é o de que quem possui arma e reage aos bandidos é morto e sua arma vai engrossar o arsenal da marginalidade.
Porém, no Reino Unido, após o banimento das armas curtas, a própria polícia reconhece que isto em nada contribuiu para melhorar a situação, existindo ainda de 400 mil a um milhão de armas de fogo ilegais. O próprio Comitê de Assuntos Internos planejou uma revisão na legislação de armas de fogo e o Sr. Bill Harriman, membro do Comitê Consultivo em armas de fogo afirmou que: "a legislação focou o cidadão honesto que participa de clubes de tiro, quando deveria ser direcionada a armas possuídas ilegalmente".
Ninguém tem moral, direito ou legitimidade para rasgar a Constituição, impedindo o direito natural à autodefesa do cidadão. Caso este comportamento fascista seja mantido, as autoridades irão colocar na cadeia os cerca de oito milhões de cidadãos possuidores de armas legais e soltar os bandidos que estão trancafiados? E quantas armas continuarão a existir no país, computando-se as ilegais já existentes? Queremos direitos iguais às "autoridades", que, além de portar armas, possuem carros blindados, seguranças até estrangeiros, com armamento de guerra.
Outra questão importante é a da maioridade penal. A maioria do povo (mais de 80%) quer a mudança. É impossível continuar como desejam os "defensores dos direitos humanos dos marginais". Quem assalta, estupra, mata deve ser punido adequadamente, independente de idade, de acordo com avaliação psicológica, médica e judicial. Vamos à consulta popular. Quem teme o referendo?
Marcos Coimbra, Economista, Professor e Acadêmico, é fundador da Academia Brasileira de Defesa e autor do livro Brasil Soberano.
Posted: 04 Jun 2015 04:38 AM PDT
Artigo no Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Marco Antonio dos Santos
Se o cordeiro andasse armado, o lobo morreria de fome. Quem desarma o cordeiro, privilegia o lobo. Documento que apresentei e entreguei aos deputados federais como convidado a depor na Comissão Especial que está apreciando o PL 3722, em 28 Mai 2015. O PL 3722 pretende mudar o tal estatuto do desarmamento com impacto em todas as demais repercussões da lei. Apenas luto pelo que julgo ser nosso direito. Caso concorde, por favor divulgue.
Discutir Segurança Pública em um país com quase 60 mil homicídios por ano, um dos maiores índices do mundo para países que não estão em conflitos armados, é de extrema importância e, acredito, estamos no lugar e no momento certos nesta Casa.
Agradeço, assim, o honroso convite e, considerando minha diminuta participação na imensidão dos problemas que o país atravessa, cumprimento o Presidente da Mesa, Dep Marcos Montes, ao Dep Lavinio, Relator e ao Dep Rogério Peninha Mendonça pela reapresentação do PL 3722 que "Disciplina as normas sobre aquisição, posse, porte e circulação de armas de fogo e munições no país, e por retomar a luta pelo restabelecimento do direito pleno à legítima defesa e exercício, pelo cidadão de bem, de sua responsabilidade como cidadão na segurança pública, conforme bem prescreve o art 144 da Constituição Federal.
Antes de abordar o foco do tema – PL 3722, julgo ser preciso tecer algumas considerações em relação à magnitude do problema – posse e uso de armas - em relação às dimensões e características conjunturais do país.
O Brasil é um país de 8 milhões e meio de km², permeado por 5570 municípios, alguns megalópoles com imensos problemas sociais, especialmente criminalidade e violência, e outros pequenos povoados, atualmente não imunes à ação dos criminosos de toda espécie, organizados ou não. Entre os imensos vazios populacionais, mal cobertos pela infraestrutura necessária ao desenvolvimento e à segurança, estão 5 milhões e duzentos mil Km² de florestas que também precisam de proteção. Avalio que a melhor salvaguarda desse patrimônio em particular, é realizada pelo cidadão que nele habita, põe a vida em risco e desenvolve suas atividades.
Em muitos, muitos mesmo, rincões desse gigante adormecido chamado Brasil, o cidadão só tem a defende – lo Deus e ele próprio. Em geral com as mãos, no máximo facões, pois arma de fogo ele não consegue comprar. Mas, diriam alguns, assim ele não comete suicídio. Será?
Lembro que o território brasileiro faz fronteira com os 3 países maiores produtores de cocaína e disputa com os EUA a liderança em consumo dessa droga, agravado pela epidemia de crack que assola as cidades.
Bom acrescentar que as fronteiras terrestres brasileiras, por onde passam as drogas e as armas que realmente desequilibram a segurança pública, além de imigrantes ilegais, contrabando e corrupção, somam 16145 Km. A costa atlântica nacional, onde ocorrem os mesmos fenômenos sociais assinalados, acrescentam mais 7637 km aos problemas.
Para a proteção dos cerca de 200 milhões de pessoas, concentradas principalmente nas cidades – 84% -, o país conta com mais ou menos 400 mil policiais militares e na ordem de 70 mil policiais civis e rodoviários federais (importante lembrar que são 70 mil Km de rodovias federais). Complementarmente à segurança pública atuam 450 mil vigiantes privados, com carteira assinada, em um universo de 1millhão e oitocentos cadastrados.
Ainda com previsão de atuação em casos episódicos de quebra da ordem pública ou ameaça grave à segurança coletiva, existem cerca de 250 mil militares das três Forças Armadas, incluídos aí os recrutas anualmente incorporados.
Os números devem ter chamado a atenção desta distinta plateia pela exiguidade, pela discrepância entre as dimensões continentais do Brasil e o de profissionais que devem dar conta da segurança coletiva. Estes efetivos estão aquém do preconizado pela ONU. A Argentina tem proporcionalidade melhor para apresentar.
Mas, não termina aí a questão.
O país tem a quarta maior população carcerária do mundo. São 581 mil presos amontoados em 368 mil vagas. Existem presídios em que estão recolhidos 120 detentos em 24 m². Nessas masmorras falta todo tipo de trabalho de ressocialização e até água. Não estão computados aqui os evadidos, aqueles em progressão de regime e egressos do sistema prisional, muitos ex- detentos que retornaram ao crime e ainda não foram assinalados.
O índice de reincidência criminal no Brasil ronda a casa dos 75%. A revista Veja, nas bancas esta semana revela em pesquisa que de cada quatro criminosos reincidentes, três cometeram crimes mais graves a cada retorno à cadeia. As cadeias brasileiras são faculdades do crime. Verdadeiras fábricas de monstros como ressalta a revista.
Parece lógico e claro que é preciso solicitar, ou mesmo rogar ao cidadão comum, que, além da carga elevada em impostos pagos, contribua com mais um esforço, desta vez em proveito da segurança pública. Mas ele não pode colaborar se não puder garantir a própria segurança.
É disso que trata, em minha avaliação e na de 65% dos eleitores que votaram a favor da manutenção da posse, uso e comercialização de armas de fogo no país, o PL 3722 do Deputado Rogério Peninha.
Para que se possa reduzir a insegurança pública, é preciso que se tenha a visão correta a respeito do que é preciso fazer. O debate não pode ser emocional, ideológico ou parcial, fugindo da racionalidade e da lógica quando o assunto é a segurança individual e coletiva.
Segurança Pública e legítima defesa são direitos dos cidadãos.
A Lei 10826, denominada Estatuto do Desarmamento, na prática, por meio das medidas administrativas implementadas por aqueles que devem zelar por sua execução, administradores do processo, retiraram do cidadão de bem o acesso às armas de fogo e não resolveu o problema.
Armas de fogo são instrumentos civilizados de uso da força, inclusive pelo Estado. Claro que têm uso dual, servindo para o bem e para o mal, em rima bastante pobre, mas suficientemente esclarecedora, para exercer o direito inalienável de não ser abatido como cordeiro, por criminosos que dominam ruas e logradouros das cidades brasileiras e mesmo os imensos vazios cortados por estradas em precárias condições de segurança.
Desde 2003 e início de 2004 até 2012, vigência da Lei 10826, segundo o Mapa da Violência, um dos índices mais confiáveis no país, os homicídios saltaram de 51043 para 56337, curva ascendente, com redução apenas nos anos de 2005 e 2007, porém sem que se possa afirmar que o fator determinante desse fato, nesses dois anos, tenha sido consequência do desarmamento civil. Políticas amplas e integradas, melhoria nas ações policiais entre outras medidas, levadas a cabo, principalmente nos estados de São Paulo e Rio de Janeiro, foram responsáveis por reduções em torno de 5%.
Importante entender que armas de fogo não são a causa das mortes. Armas são ferramentas, meios. Pessoas matam. Qualquer instrumento pode ser convertido em arma por mente doentia com objetivo pré-determinado de delinquir ou mesmo pessoa comum, quando manuseado com imperícia, imprudência ou negligência.
Pessoas matam, ferem, estupram, roubam, agridem!
É necessário que se verifique que 85% dos crimes acontecidos no país e registrados (sim, existem subnotificações, crimes não contabilizados) tem algum tipo de relação com uso/abuso ou comércio de drogas. Crescem assustadoramente os delitos violentos praticados pelos "di menor", como o que vitimou o médico cardiologista Jaime Gold, dia 20 pp, na Lagoa Rodrigo de Freitas no Rio de Janeiro. E foi utilizada uma faca.
Será que um cidadão armado, devidamente habilitado, não poderia ter evitado o mal maior caso estivesse próximo?
Caso o Ten Cel recentemente executado em Brasília, após emboscada, estivesse armado e reagido, o fim teria sido o mesmo?
Qual a diferença quanto ao impacto social sobre a sociedade quando um cidadão de bem, como o médico no Rio de Janeiro, é batido e quando um delinquente cai em confronto com a polícia ou um cidadão de bem, em legítima defesa? Para sociedade responder.
Cidadãos de bem, armados, complementam a segurança pública.
Menores que incidem em crimes violentos em áreas próximas de comunidades dominadas pelo narcovarejo, como as de SP e RJ, muitas vezes estão cumprindo missão dos chefes das facções criminosas como parte do processo para ingresso no grupo. É parte do recrutamento e acolhimento em grupo social diferenciado.
Importante registrar que os latrocínios, perpetrados com facas e outros instrumentos perfuro – cortantes, só no Rio de Janeiro, atingiram, neste ano, o percentual de 10% do total registrado.
E a causa são as armas de fogo nas mãos dos cidadãos?
Crimes têm causas, todo policial sabe disso. Não se deve confundir causas com efeitos.
O governo, que não tem políticas públicas integradas para reduzir a criminalidade e a violência, persiste no objetivo de desarmar o cidadão.
O que desequilibra a balança são os fuzis, as metralhadoras "capazes de derrubar helicópteros", como repórteres mal informados repetem à exaustão, não o revolverzinho do cidadão ou do atirador esportivo.
Senhores, em minha visão, estão faltando a família, as alternativas oferecidas pelo Estado para evitar o recrutamento executado pelas organizações criminosas e facções que dominam os presídios, tanto de menores de idade quanto de presos que são compulsados a engrossar fileiras, até como medida de sobrevivência em ambiente hostil das prisões; melhorias nos índices de resolução de crimes pelas polícias nacionais, atualmente em torno de 8%; o enfrentamento transparente e objetivo da questão das drogas; o combate permanente ao tráfico transfronteiriço de armas e mais outras políticas melhores que o desarmamento civil .
E preciso lembrar que entre esse número assustador de homicídios cometidos no país, em 2014 beirando os 60 mil, estão as chacinas, os confrontos entre policiais e traficantes e outros membros do espetro criminoso dito organizado.
O fato é que a questão virou catástrofe, com índices de fazer corar países em guerra, situação presentemente, acrescida de pessoas da sociedade que começam a admitir e a praticar a Justiça com as próprias mãos, por impulso e uso de meios ilegais.
Geralmente quando a anomia ocorre, o significado é a falência do Estado de Direito e a total quebra do contrato social cidadão – governo eleito. Não há vácuo de poder. Quando a vacância do poder - eleito acontece, o poder de fato se impõe.
Como não entender que a sociedade quer é segurança e não está muito a fim de esperar providências de onde se percebe que estas não vêm mesmo?
A situação é complexa, mas fácil de verificar porque se chegou a tal descalabro.
Dessa forma, o PL 3722 é importante, mas não somente ele, para a discussão do porte de armas com responsabilidade pelo cidadão, da ampliação da rede do SINARM, aproximando – a da sociedade; da flexibilização da aquisição de um instrumento de defesa pessoal, da família e seus bens, com responsabilidade e controle ainda nas mãos dos agentes do Estado; da possibilidade de uma nova anistia para pessoas que não conseguiram recadastrar suas armas e estão em situação de crime; da facilitação maior para agentes do Estado, ligados à segurança pública, para acesso aos meios adequados para cumprirem suas missões e para o porte de armas.
Importante que o PL, se aprovado, poderá deixar mais claro os dispositivos de aplicação da Lei, evitando a extensão adquirida pela discricionariedade do administrador pela lei anterior em detrimento, muitas vezes, da segurança e dos direitos do administrado.
Reza a lenda, que o Ministro Gama e Silva, ao discutir o AI 5 com o Presidente Costa e Silva, em 1968, argumentou que a lei era branda. O general presidente disse que não se preocupasse com isso, o guarda da esquina se incumbiria de endurecê–la. E foi o que aconteceu com o Estatuto do Desarmamento.
Enfim é uma revisão oportuna e adequada para um Estatuto que falhou diante de um novo cenário de criminalidade e de violência, fenômeno este que não é exatamente nacional, mas que aqui encontrou campo fértil para seus efeitos danosos.
Avalio que o país ainda não entendeu bem o que está acontecendo em relação à violência em suas velhas e novas manifestações.
Quem se dedica ao estudo do problema sabe que uma pessoa atenta e armada pode evitar crimes comuns, na maioria das vezes bastando a presença do instrumento que lhe garanta a ação eficaz.
Mais armas não significam mais crimes. Se assim fossem, as populações de países como França, Suécia, Suiça, Finlândia e EUA já teriam sido ceifadas por genocídios.
Como represento uma federação de tiro, não posso deixar de salientar que o atirador desportivo também espera com sofreguidão melhores condições para a prática desse esporte que trouxe a primeira medalha olímpica de ouro para o Brasil, nas Olimpíadas de Antuérpia em 1920, com o então Tenente Guilherme Paraense e sua equipe.
Nós, atiradores desportivos, peritos no uso desse instrumento que também é um meio de defesa, somos rigidamente controlados em todos os nossos processos de aquisição, transporte, prática desportiva em competições e treinamentos e descarte de armas e munições pelo Exército Brasileiro. Somos submetidos a vistorias periódicas e eventuais nos acervos, os quais precisam ser mantidos sob severas normas de segurança e a testes psicológicos, igualmente periódicos. Além, é claro, do pagamento das inevitáveis taxas que sustentam o Estado brasileiro.
Apesar disso, juntamente com os caçadores e colecionadores, somos apontados como violentos, armamentistas, fornecedores de armas e de munições para bandidos. Instados a apresentar provas, apontam foras da lei que assim procedem, que nunca pertenceram ao seleto, pequeno e bem vigiado grupo de esportistas.
A bem da verdade, diante do representante oficial do EB nesta Comissão, General de Brigada Luís Felipe, sou obrigado a declarar que apesar do esforço de oficiais e praças dos SFPC e do COLOG, ainda sofremos muito com a burocracia, os prazos de atendimento de nossas demandas e com o rigor discricionário aplicado na interpretação das leis e normas.
Convém salientar, contudo, que é sabido que tanto o EB como o DPF não tiveram o acréscimo de verbas e outros recursos para dar cabal atendimento aos ditames do Estatuto em vigor.
Portanto, a revisão é oportuna e o momento parece adequado.
Afinal, morrem os pagadores de impostos, obrigatoriamente tutelados pelo estado que não mostra condições de prover a segurança republicana e democrática, com a lei 10826, e não permite que o cidadão de bem acesse um meio adequado de defesa.
Condições democráticas e republicanas porque a criminalidade e a violência acabam por atingir mais aos mais carentes.
Sim, porque quem dispõe de recursos, usa carro blindado, contrata seguranças privados (em geral policiais fazendo bico diante dos parcos vencimentos), às vezes detém essas possibilidade em decorrência de cargo público, mora em fortalezas eletrônica e fisicamente bem e cercadas e passa férias no exterior em países onde a segurança é muito superior à brasileira e com muito mais armas em circulação. Não estou falando só de Miami.
Que fique suficientemente claro que não somos – Atiradores Desportivos, Caçadores e Colecionadores - a favor da disseminação aberta e sem critérios de armas a qualquer pessoa. Apenas para aqueles que sejam capazes de cumprir as leis e exercer sua cidadania..
Não à barbárie, sempre!
Marco Antonio dos Santos é Presidente da Confederação Brasileira de Tiro.
You are subscribed to email updates from Alerta Total
To stop receiving these emails, you may unsubscribe now.
Email delivery powered by Google
Google Inc., 1600 Amphitheatre Parkway, Mountain View, CA 94043, United States
Nenhum comentário:
Postar um comentário